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Manifestantes se agrupam durante evento da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 — Foto: Shannon Stapleton/REUTERS

Trump promete perdoar acusados de invasão ao Capitólio “na primeira hora” de governo

O presidente eleito Donald Trump declarou que iniciará o processo de perdão aos seus apoiadores que participaram da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 logo “na primeira hora” de seu governo. A declaração foi dada em entrevista à revista norte-americana “Time” e divulgada nesta quinta-feira (12). Trump assume a presidência em 20 de janeiro de 2025.

O republicano afirmou que cada caso será analisado individualmente, mas indicou que os envolvidos em atos não violentos serão perdoados imediatamente. “Acredito que eles já foram punidos demais”, disse Trump.

“Vamos olhar cada caso individualmente, e faremos isso muito rapidamente, começando na primeira hora em que eu assumir o cargo. E uma grande maioria dessas pessoas não deveria estar na prisão, e elas sofreram enormemente”, acrescentou o presidente eleito.

A invasão ao Capitólio ocorreu em 6 de janeiro de 2021, quando milhares de apoiadores de Trump invadiram o edifício que abriga o Congresso dos Estados Unidos. O objetivo era impedir a contagem oficial dos votos da eleição presidencial de 2020, que confirmaria a vitória de Joe Biden. Centenas de pessoas foram condenadas por sua participação no episódio. (Leia mais abaixo)

Ao longo do tempo, Trump tem minimizado a gravidade do ataque ao Capitólio e defendido os acusados, frequentemente comparando o episódio a outras manifestações populares ocorridas nos Estados Unidos nos últimos anos. Durante a entrevista, ele reiterou essas posições.

Por outro lado, o atual presidente Joe Biden, em seus últimos dias de mandato, concedeu perdão ao filho, Hunter Biden, que havia sido condenado por compra ilegal de armas e por sonegar US$ 1,4 milhão em impostos. A medida gerou críticas e levantou questionamentos sobre o legado político de Biden, segundo analistas.

Na mesma entrevista à revista “Time”, Trump afirmou que também pretende iniciar imediatamente as deportações de imigrantes ilegais e intensificar a extração de petróleo.

Relembre a invasão ao Capitólio

Para a Justiça dos EUA, as conseqüências da invasão ao Capitólio em 2021 ainda persistem. Até o início deste ano, julgamentos e audiências relacionadas aos acusados continuavam em andamento, assim como a busca por suspeitos.

Durante a invasão, a sessão da Câmara dos Representantes foi interrompida, e os parlamentares precisaram fugir e se abrigar nos porões do edifício. Até mesmo o então vice-presidente, Mike Pence, enfrentou riscos à vida, uma vez que muitos manifestantes o consideravam um “traidor” por validar a certificação de Biden como presidente eleito.

Mais de 1.230 pessoas foram formalmente acusadas por crimes federais relacionados ao motim, abrangendo desde delitos menores, como invasão de propriedade, até crimes graves, como agressão a policiais e conspiração sediciosa.

Entre os acusados estão:

– Cerca de 730 pessoas que se declararam culpadas das acusações;
– Aproximadamente 170 condenadas após julgamento;
– Cerca de 750 condenadas no total, com quase dois terços cumprindo penas de prisão;
– Dois réus absolvidos de todas as acusações.

Em agosto de 2023, Trump tornou-se réu sob acusação de tentar reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020 de maneira ilegal. A invasão ao Capitólio foi considerada um dos elementos das supostas tentativas de interferência no processo eleitoral.

O procurador especial Jack Smith, que liderava o caso, descreveu o ataque de 6 de janeiro como “um ataque sem precedentes à democracia”, motivado pelas “mentiras do réu”, que tentava evitar a contagem e certificação dos resultados eleitorais. No entanto, após a eleição de Trump, Smith decidiu abandonar o caso, citando uma decisão da Suprema Corte que concede imunidade a presidentes em casos criminais e também receio de represálias.

 

Da Redação | Com informações do G1