Trechos da Ferrovia Transcontinental estão em fase de estudos de viabilidade técnica e econômica
Os recursos necessários para o planejamento da obra são de investidores chineses
O projeto de construção da Ferrovia Transcontinental foi tema de audiência pública conjunta realizada na quarta-feira, 29, em três comissões do Senado (de Serviços de Infraestrutura, de Assuntos Econômicos e de Relações Exteriores e Defesa Nacional). A linha férrea que sairá do Rio de Janeiro, cortando os Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Acre e o Distrito Federal, com destino ao Peru, tem o objetivo de solucionar o problema de escoamento da produção agrícola e facilitar o acesso de matérias-primas à China, um os maiores importadores de commodities do Brasil.
Propositor do debate, o senador Wellington Fagundes, líder do Partido da República na Casa, alertou que a concessão de licenças ambientais é hoje o maior obstáculo para a construção da ferrovia, que ligará os litorais dos oceanos Atlântico e Pacífico. “Um dos maiores entraves que encontramos em nosso país é em relação às licenças ambientais e terras indígenas. Precisamos desburocratizar nosso sistema, e isso não quer dizer não cumprir a lei. Devemos sim obedecer a essas questões, mas precisamos também encontrar uma forma que não afugente os investidores, o país precisa dar segurança a eles”, pontuou.
De acordo com o diretor da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, Mario Rodrigues, os lotes que estão com os projetos mais avançados da ferrovia Transcontinental são os trechos da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO). “Temos trecho que já possui o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evetea) e outros com estudos em andamento, mas sem dúvida esta é a parte da Transcontinental que está mais avançada”.
A viabilidade da construção da ferrovia ganhou impulso com a visita, em 2015, do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, ao Brasil, Colômbia, Peru e Chile. Em Brasília, Li Keqiang se encontrou com a presidente afastada Dilma Rousseff, ocasião em que foram assinados 35 acordos de cooperação entre os dois países, englobando áreas como planejamento estratégico, transportes, infraestrutura, energia e agricultura. No Brasil a Transcontinental terá 4.4 mil quilômetros de malha férrea.
Da assessoria