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Temer defende doação de empresas para candidatos específicos

Presidente saiu em defesa do ‘distritão’ e disse que processo de financiamento seria ‘higienizado’ se o Congresso adotasse a proposta que tem em mente

O presidente Michel Temer (PMDB) defendeu o financiamento empresarial de campanhas eleitorais — hoje vedado pela legislação –, desde que as pessoas jurídicas restrinjam o apoio financeiro a um determinado partido ou candidato. A proposta apresentada pelo peemedebista inviabilizaria casos como o da JBS, que doou para quase 2.000 políticos de praticamente todas as siglas nas últimas eleições.

As empresas fariam, dessa forma, uma “opção de cidadania” ao optar por apoiar financeiramente uma determinada corrente política. “Daí você higieniza [o processo de financiamento eleitoral]”, disse o presidente ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT, em entrevista gravada na quinta-feira. A íntegra da conversa, que já tinha sido exibida parcialmente naquele mesmo dia, foi ao ar na madrugada desta segunda-feira, no programa SBT Entrevista.

Ainda no âmbito da reforma política, Temer apoiou o sistema distrital misto para a composição da Câmara dos Deputados, das assembleias legislativas e das câmaras municipais. “[Defendo o] voto majoritário com a seguinte circunstância: não pode sair do partido”, disse o presidente. Ele refutou a ideia de que essa modalidade enfraqueceria as legendas, já que poderia provocar a personalização das eleições. “Você já tem uma regração da fidelidade partidária.”

O sistema distrital misto, segundo Temer, conserva as características principais do modelo distrital — que ele já defendeu em outras ocasiões –, como o deputado federal e o jurista. A criação de distritos eleitorais evitaria, de acordo com ele, distorções como a eleição “indireta” de deputados que entram no Parlamento “carregados” por puxadores de votos, como ocorreu nos casos das eleições de Enéas Carneiro e de Tiririca para a Câmara. “Para você ter uma conformidade constitucional, o voto majoritário, o distritão, seria o ideal.”

Ao tratar das eleições de 2018, Temer foi questionado se houve um convite para o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), ingressar no PMDB para disputar a Presidência da República. “Não houve convite a Doria”, afirmou.

Privatizações

Temer defendeu o pacote de privatizações anunciado na semana passada. “As contestações são naturais. Se o Parlamento recusar, recusado está. Mas lembro que a PEC do Teto, que a reforma trabalhista foram aprovadas.” O presidente afirmou que o calendário eleitoral não prejudica o cronograma de aprovação do pacote. “As pessoas perceberão que é para gerar empregos, não para prejudicar ninguém.”

 

( Da Veja Com Estadão Conteúdo)