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Secretário e mais três são presos suspeitos de participação em esquema de grampos

A Justiça determinou a prisão do secretário da Casa Militar, Evandro Alexandre Ferraz Lesco, e seu adjunto, o tenente coronel Ronelson Jorge Barros além de mais dois militares. Todos são suspeitos de atuarem no esquema de grampos ilegais operados por policiais militares em Mato Grosso.

Eles deverão passar por audiência de custódia e posteriormente deverão ficar detidos em um batalhão especializado, como preconiza o estatuto da Polícia Militar. O destino dos presos deverá ser definido pelo juiz que comandar a audiência.

A informação sobre a prisão de Lesco vazou mais cedo, o que acabou provocando a troca do comando da PM. O corregedor-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, e o diretor da PM, tenente-coronel Victor Paulo Fortes Pereira, é que teriam vazado as informações.

Eles teriam “alertado” Lesco e Airton Benedito Siqueira Júnior, de Justiça e Direitos Humanos sobre um possível mandado de prisão contra eles. José Adolpho de Lima Avelino Vieira, da Casa Civil, também teria sido avisado da prisão de Lesco e Siqueira Júnior. No entanto, Benedito Siqueira não teve a prisão decretada.

O coronel Evandro Ferraz Lesco seria o responsável por adquirir os equipamentos que supostamente eram usados para grampear ilegalmente cidadãos comuns no Estado.

Seis prisões

Além das quatro prisões de hoje, seguem detidos o coronel da Polícia Militar (PM) Zaqueu Barbosa e o cabo Gerson Luiz Ferreira Golveia Júnior. Eles foram presos no último dia 23 de maio por decisão é do juiz da Vara de Crimes Militares, Marcos Faleiros sob o argumento de que soltos poderiam destruir provas.

Os grampos

Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, revelou na noite do dia 14 de maio, que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime nenhum no Estado. A matéria destaca como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”, dentre medicos, empresários, funcionários públicos etc.

Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.

A decisão pela prisão, do juiz da Vara de Crimes Militares, Marcos Faleiros, salienta ainda que a interceptações clandestinas geram intraquilidade por violação dos princípios básicos.

Por Lucas Bólico do Olhar Direto