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Prever resultado de impeachment é “futurologia”, diz presidente da comissão

O deputado Rogério Rosso (PSD-DF), presidente da comissão que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, disse que o processo de afastamento ainda é “imprevisível” e a previsão de um resultado seria um “exercício de futurologia”.

Ele comparou o atual pedido com o processo contra o ex-presidente Fernando Collor de Mello. “Em 1992, o processo tinha um destino selado. Hoje, as previsões de resultado são apenas futurologia”.

As declarações foram dadas por Rosso na sessão de hoje da comissão, que deve votar mais tarde o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO). Independentemente se for aprovado ou não pelos 65 membros do comitê, o documento que pede a abertura do processo de impeachment será encaminhado para votação no plenário da Casa.

Na comparação, Rosso disse ainda que não se sentiu confortável em convocar apenas quatro reuniões da comissão, como no caso Collor, por isso, convocou 11.

Presidente lamenta intolerância e faz oração

Visivelmente emocionado, Rosso lamentou a intolerância, o muro instalado no gramado em frente ao Congresso e “as mentiras em redes sociais” durante a crise política pela qual passa o país.

“Se pensarmos uma simbologia histórica, cada vez que se constrói um muro, se segrega o povo”, disse Rosso. “Esse não é o momento de dividir o país ainda mais, não é hora de construir muros”.

O presidente fez um apelo para que os deputados construam a união pelo bem do país, independentemente do resultado da comissão.

Antes de passar a palavra para o relator, Rosso  fez a oração completa de São Francisco, que diz em um trecho: “Onde houver ódio, que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvida, que eu leve a fé. Onde houver erro, que eu leve a verdade. Onde houver desespero, que eu leve a esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. E onde houver trevas, que eu leve a luz”.

O deputado do PSD, que já foi governador do DF, finalizou sua fala com a frase: “Peço a Deus que nos ilumine a partir deste momento”

Por Ricardo Marchesan
Do UOL, em Brasília

Foto Capa: Agência Câmara