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Preso, advogado investigado em esquema de fraudes é transferido

Detido no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) desde a última terça-feira (14), o advogado Francisco Faiad (PMDB), foi transferido para uma sala no Corpo de Bombeiros na capital neste sábado (18), após decisão judicial. Faiad é investigado na nova fase da operação Sodoma.

A transferência foi determinada por uma liminar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e atende a um pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT). A instituição alega a falta de uma sala destinada a advogados na unidade prisional.

Faiad é suspeito de ter se aproveitado do cargo de secretário estadual de Administração, que ocupou em 2013, durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), para receber parte da propina paga por duas empresas à pasta para manter contratos ativos no governo do estado. Silval é apontado como líder do esquema.

Ao decretar a prisão do advogado, a magistrada ainda relembrou que Faiad integra a defesa de Silval Barbosa nas ações penais que ele responde naquela comarca e alegou que ele é uma “pessoa com projeção social elevada” e que “detém poder político considerável”, podendo, assim, prejudicar as investigações, seja adulterando documentos, ocultando provas ou aliciando testemunhas.

A defesa de Faiad nega as acusações e diz considerar “desnecessária” a prisão do advogado. A defesa de Silval afirmou que se trata de “mais uma prisão ilegal” e que não há nada que ligue o ex-governador diretamente aos fatos. O ex-governador está preso no Centro de Custódia de Cuiabá desde setembro de 2015, quando a primeira fase da operação foi deflagrada.

Durante sua passagem pela pasta, segundo a magistrada, o advogado ainda teria facilitado a continuidade da fraude para garantir o pagamento de uma dívida de campanha contraída durante as eleições de 2012, quando concorreu ao cargo de vice-prefeito de Cuiabá, na chapa encabeçada pelo médico Lúdio Cabral.

Exoneração
Faiad, que desde janeiro deste ano ocupava o cargo de procurador-geral da Câmara de Cuiabá, foi exonerado do cargo após sua prisão. O pedido foi feito pelo próprio advogado e aceito pela Mesa Diretora do legislativo municipal, ainda na tarde de terça-feira (14), segundo informou a Câmara.

Operação
Conforme o MP, a organização criminosa teria cobrado propina de empresários, entre os anos de 2011 e 2014, para fraudar licitações e manter contratos com uma empresa de fornecimento de combustível para a frota do governo do estado e com uma empresa de informática, segundo o MP. Ao todo, o grupo teria desviado R$ 8,1 milhões das secretarias de Administração (extinta SAD e atual Secretaria de Gestão) e de Transporte e Pavimentação (extinta Setpu e atual Secretaria de Estado de Infraestrutura).

Fonte: G1