Presidente do PPS, Roberto Freire deixa Ministério da Cultura
Na avaliação da legenda e do ministro da Cultura, presidente Michel Temer não tem mais condições de permanecer e deveria ter renunciado ao cargo
Um dos dois ministros do PPS com cargos no governo do presidente Michel Temer (PMDB), o titular da Cultura, Roberto Freire, decidiu que vai deixar a pasta ainda nesta quinta-feira. Ele acompanha a decisão das bancadas do partido na Câmara e no Senado, que optaram por defender a renúncia do presidente.
O outro ministro do PPS, o titular da Defesa, Raul Jungmann, havia decidido mais cedo que acompanharia Freire e também abandonaria o governo. No entanto, avisou ao colega que não vai pedir sua exoneração neste momento, apontando a estabilidade das Forças Armadas como justificativa para permanecer, por enquanto.
“A decisão de sair é política do partido, todos achavam que eu devia sair. Não volto atrás. Mas não vamos fazer oposição ao governo. O Raul fica por causa das Forças Armadas, ali é melhor não criar nenhum problema ” disse Roberto Freire a VEJA, a caminho de reunião com Temer no Palácio do Planalto. Leva sua carta de renúncia
Presidente nacional da legenda, Freire assumiu o cargo em novembro, na esteira do escândalo envolvendo o antecessor, Marcelo Calero, que acusou o presidente e o então ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, de pressioná-lo a rever, por razões políticas, uma decisão técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Mais cedo, os parlamentares da legenda divulgaram, com o consentimento dos dois ministros, uma nota que dizia que, sendo confirmada o conteúdo da gravação do empresário Joesley Batista com Temer, o peemedebista “precisa renunciar imediatamente para a preservação dos interesses do Brasil, com a manutenção da recuperação da economia, a retomada do crescimento e a geração de empregos”.
A nota conclui abrindo a possibilidade de o partido apoiar a aprovação de uma emenda constitucional que estabeleça eleições diretas para a Presidência da República antes de 2018. “A saída para a crise deve respeitar o balizamento constitucional. Esta obediência à Carta Magna fará com que os poderes da República busquem a solução democrática, inclusive até com a possibilidade de realização de nova eleição direta, devolvendo para o povo a chance da escolha daquele que comandará o país até 2018”, concluiu o texto.
Por Veja