Por que Buffett doou US$ 3,4 bilhões à caridade
Warren Buffett é um veterano quando o assunto é fazer fortuna e caridade. Na última segunda-feira (16), o megainvestidor anunciou a doação de US$ 3,4 bilhões à filantropia, o maior valor já doado pelo empresário.
A iniciativa faz parte das promessas feitas por Buffettem suas cartas de 2006, nas quais prometeu doar ações da Berkshire Hathaway para causas beneficentes que criam impacto significativo e bem social.
Para a contribuição deste ano, Buffett converteu 11.867 de suas ações Classe A da companhia em 17.800.500 ações Classe B. Destas, 17.696.780 foram doadas para cinco entidades: Fundação Bill & Melinda Gates, Fundação Susan Thompson Buffett, Fundação Sherwood, Fundação Howard G. Buffett e Fundação NoVo.
Com essa contribuição, o bilionário doou, até o momento, cerca de 43% das ações que possuía em 2006. O valor total doado pelo investidor é de, aproximadamente, US$ 31 bilhões.
A contribuição de Buffett faz parte de uma estratégia filantrópica mais ampla que inspirou bilionários em todo o mundo a doar suas fortunas para ajudar a criar uma mudança social positiva.
As 4 principais perguntas sobre a estratégia filantrópica de Warren Buffett
A doação do empresário é parte de um compromisso financeiro contínuo que começou com o The Giving Pledge, iniciativa criada por ele e por Bill e Melinda Gates para ajudar a transformar o mundo por meio da filantropia. Conheça quatro detalhes sobre o programa:
1. Quantas ações da Berkshire Hathaway serão doadas por Buffett?
Buffett, que nunca vendeu parte das ações da Berkshire Hathaway, planeja doar todas para a filantropia 10 anos depois da liquidação de seu patrimônio, informou a companhia.
2. O que inspirou Buffett a fazer contribuições para fundações em vez de direcioná-las diretamente às causas que ele defende?
Como explicou em 2007, Buffett preferiu doar para as fundações dos membros da família e para Bill Gates por serem pessoas inteligentes e engajadas, nas quais ele confia e que estão fazendo um bom trabalho com seu próprio dinheiro.
3. O que é o Giving Pledge e quem mais está envolvido?
Criado por Bill e Melinda Gates e Warren Buffett, o The Giving Pledge é um “compromisso dos indivíduos e famílias mais ricas do mundo de dedicar a maior parte de sua riqueza à filantropia”.
Em 2018 existem 183 promessas de doação, de 22 países diferentes. Além de Buffett e de Bill e Melinda Gates, alguns outros donos de grandes fortunas já se comprometeram com a iniciativa: Michael Bloomberg (Bloomberg), Richard e Joan Branson (Virgin), Mark Zuckerberg e Priscilla Chan (Facebook), Ray e Barbara Dalio (Bridgewater), Paul Allen (Microsoft), Ted Turner (Turner Broadcasting, CNN), Nathan e Elizabeth Blecharczyk (AirBnb), Reed Hastings e Patty Quillin (Netflix), David Rubenstein (Carlyle), Pete Peterson (Blackstone), Steve e Jean Case (AOL), Arthur Blank (Home Depot), Sarah Blakely (Spanx), Robert Smith (Vista Equity Partners), Tom Steyer e Kat Taylor (Farallon Capital).
Cada patrocinador precisa ser bilionário e se comprometer a doar a maior parte de sua riqueza a causas filantrópicas ou organizações de caridade durante sua vida ou de acordo com sua vontade. Embora o compromisso seja moral, não é um contrato legal obrigatório.
4. Quais são os tipos de causas defendidas pelos apoiadores do The Giving Pledge?
As causas filantrópicas são abrangentes e incluem redução da pobreza, ajuda aos refugiados, assistência em desastres, saúde global, educação, empoderamento de mulheres e meninas, pesquisa médica, artes e cultura, reforma da justiça criminal e sustentabilidade ambiental, entre outras.
Mas é preciso ter cuidado com as fraudes cometidas em iniciativas benemerentes. Ao mesmo tempo em que há boas intenções, muitas vezes há quem tente se aproveitar. O Giving Pledge já enfrentou golpistas, assim como muitas outras organizações beneficentes legítimas e sem fins lucrativos.
Por Zack Friedman para a FORBES