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Pisou, doeu? Pode ser fascite!!! – Por Dr. Fellipe Valle

Por Dr. Fellipe Valle *

O que é a fascite plantar?

A fascite plantar é uma das causas mais comuns de dor no calcanhar. Ela acontece quando há inflamação da fáscia plantar, um tecido espesso que vai do osso do calcanhar até a base dos dedos dos pés. Essa estrutura tem como função principal sustentar o arco do pé e absorver o impacto durante a caminhada e corrida.

Quando sobrecarregada, essa fáscia pode sofrer microlesões, levando à inflamação, dor e desconforto — especialmente ao acordar ou dar os primeiros passos do dia.

Principais causas

Excesso de impacto: atividades como corrida, caminhada prolongada ou salto.
Obesidade ou sobrepeso, que aumenta a pressão nos pés.
Pé plano ou pé cavo, que alteram a forma como o peso é distribuído.
Calçados inadequados, especialmente os muito duros ou sem amortecimento.
Aumento súbito da atividade física, sem preparo adequado.
Encurtamento da musculatura da panturrilha e do tendão de Aquiles.

Sintomas da fascite plantar

Dor no calcanhar ou arco do pé, principalmente ao acordar ou após longos períodos sentado.
A dor melhora ao longo do dia, mas piora após esforço físico.
Sensação de “agulhadas” ou “fisgadas” ao pisar no chão.
Em casos crônicos, pode surgir uma espolão calcâneo (bico de osso no calcanhar visível na radiografia).

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico, baseado na história do paciente e no exame físico. O ortopedista verifica a dor localizada na região do calcanhar e pode pedir exames de imagem como:
Radiografia: para avaliar presença de espolão.
Ultrassonografia ou ressonância magnética: em casos persistentes ou dúvidas diagnósticas.
Tratamento: do básico ao avançado

A grande maioria dos casos melhora com tratamento conservador, que inclui:

1. Alongamento

Alongamento da fáscia plantar e da panturrilha é fundamental.
Exercícios simples, como usar uma toalha ou bola de tênis para massagear a sola do pé.

2. Calçados adequados

Palmilhas com apoio de arco e amortecimento no calcanhar.
Evitar andar descalço em casa.

3. Gelo

Compressas de gelo por 15-20 minutos após atividades físicas ou no fim do dia.

4. Anti-inflamatórios

De uso pontual, sempre com prescrição médica.

5. Fisioterapia

Técnicas de liberação miofascial, exercícios funcionais e recursos como ultrassom terapêutico ou laser.

6. Ondas de choque

Técnica moderna e eficaz, usada em casos resistentes. Estimula a regeneração dos tecidos e alívio
Quando o tratamento conservador falha (o que ocorre em menos de 10% dos casos), outras opções podem ser consideradas:

Infiltração local com corticosteroides (com cuidado para evitar enfraquecimento da fáscia).
Terapias regenerativas, como PRP (plasma rico em plaquetas).
Cirurgia (rara), indicada apenas em casos extremamente crônicos e incapacitantes.
Prevenção
Mantenha um peso saudável.
Use calçados apropriados para cada atividade.
Alongue-se regularmente, especialmente antes e depois de exercícios.
Evite o aumento súbito da carga de treino
A fascite plantar pode parecer um problema pequeno, mas quando não tratada, pode comprometer sua mobilidade, qualidade de vida e desempenho esportivo. A boa notícia é que, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, a maioria das pessoas se recupera totalmente e volta às atividades normais sem dor.

*Fellipe Ferreira Valle é médico, formado pela Faculdade de medicina de Teresópolis- RJ. Fez residência e duas especializações em ortopedia e traumatologia (cirurgia do joelho e cirurgia de ombro e cotovelo )na Santa Casa de Belo Horizonte – MG, Membro da diretoria da sociedade brasileira de ortopedia e traumatologia- MT, sócio fundador da associação brasileira de ultrassonografia músculo esquelética, professor de medicina na Univag e da residência de ortopedia UNIC-HGU
Cel.: (65)996774477
[email protected]
fellipevalleortopedista.com/
instagram.com/Dr.Fellipe