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Pintar a casa por conta própria sai barato, mas tem seus segredos; veja como fazer!

A pintura é uma forma de renovar os ambientes sem gastar muito, ainda mais se fizer o serviço por conta própria. No entanto, para que esse trabalho seja benfeito, são precisos alguns cuidados e escolher corretamente o material.

Quando a casa está com aquela aparência de velha, a opção mais barata e rápida é renovar a pintura dos ambientes. Pouco tempo (e muita sujeira) depois, a residência fica com cara de nova. Mas como o momento é de economizar, cada vez mais brasileiros preferem arriscar fazer o serviço por conta própria, se livrando do maior gasto, que é a mão de obra. A tarefa, que aparenta simplicidade, tem seus segredos. Principalmente em imóveis antigos, em que as paredes estão mais desgastadas e já passaram por diversas alterações.

“Já fui chamado algumas vezes para consertar serviço de quem tentou pintar parede sozinho. Tem que tomar alguns cuidados e usar o equipamento certo para ficar bom, sem deixar as paredes marcadas ou com ondulações”, explica o pintor Fabrício Silva. E se o serviço precisa ser refeito, a economia vai embora, encarecendo ainda mais a renovação.

Dentro de um orçamento de pintura, depois da mão de obra, o item mais caro é a tinta. Quem contrata um profissional também tem que custear alguns materiais, como fita crepe, lona, rolos, lixas e pincéis. Ou seja, o gasto com material para o trabalho não é muito diferente entre as duas possibilidades.

Mas como garantir que a renovação fique boa? O primeiro passo é pesquisar bastante, inclusive consultando algum profissional ou amigo que já passou pela experiência. A internet, claro, é cheia de tutoriais, matérias com dicas e vídeos. “É importante usar produtos de boa qualidade. Existem vários tipos de tinta, rolo e pincéis, cada um usado para uma situação diferente. Cada superfície, por exemplo, tem uma tinta mais adequada para ser usada”, orienta Silva.

Entender e se familiarizar com materiais e produtos é, segundo Silva, o segredo para um resultado final satisfatório. Os rolos, por exemplo, são usados para áreas grandes, como paredes e tetos. Mas existe um tipo desse equipamento ideal para cada variedade de tinta. O de pelo baixo é indicado para tintas PVA e acrílica. O de espuma para esmaltes, tinta óleo e verniz, enquanto o de espuma rígida ou borracha, para efeitos e texturas.

“O pincel também influencia muito, tem que ser de qualidade. Não adianta economizar, pois é com ele que se fazem os acabamentos da pintura. Os de cerda clara, tipo grisalho, são para tintas à base de água, como a PVA e acrílica. Os mais escuros são para as tintas a óleo, esmalte e vernizes”, indica o pintor. Também é preciso tomar cuidado com as lixas, essenciais no preparo da parede para receber a pintura. O recomendado para superfícies sem muito excesso de reboco são as mais finas (220 ou 240). Onde estiver mais grosseiro, usar as mais grossas (80 ou 100). Com a mão mesmo é possível verificar se a parede está lisa o bastante para receber o selador.

SEM PROBLEMAS Bolhas, manchas, parede descascando. Ninguém quer que isso aconteça depois de investir tempo e dinheiro em uma renovação. Mas esses problemas podem ser evitados se cada etapa da pintura for respeitada. “Boa parte desses problemas são porque não se obedecem às regras. Não adianta ficar com pressa e querer dar a segunda demão antes de a primeira secar direito. Também tem que deixar a parede do jeito certo para receber a tinta. Toda tinta vem instruções na embalagem, e eu recomendo lê-las antes de pintar “, afirma Silva. Limpar a poeira das paredes após o lixamento evita as bolhas. Diluir a tinta corretamente e usar uma massa corrida de boa qualidade também ajuda.

Prepare-se, compre o material correto, proteja o chão, rodapés e alisares, separe uma roupa velha e parta para o ataque. Sem esquecer, obviamente, dos equipamentos de segurança, como luvas, óculos e máscara.

PARA COMEÇAR
Veja uma lista de ferramentas básicas, sem contar com a tinta, para pintar sua casa

» Rolo de lã de 23cm com pelo baixo e antigota para a tinta não escorrer
» Extensor de rolo
» Trincha (pincel) de 2 polegadas
» Bandeja para tinta (ou caçamba, que comporta mais quantidade)
» Lixa de parede grana 220 ou 240 (se a parede estiver muito ruim, o recomendado são as lixas mais grossas, como número 80 ou 100). É bom comprar uma boa quantidade, pois elas se desgastam muito facilmente.
» Fita crepe grossa e fina
» Misturador de tinta ou uma ripa quadrada de madeira
» Espátula e desempenadeira de aço para passar a massa
» Escada
» Papelão ou lona para forrar o chão e os móveis, lembrando que o plástico não absorve tinta
» Pano de chão
» Vassoura de pelo
» Luvas de borracha
» Óculos de proteção
» Máscara

TIPOS DE TINTA

Existe uma grande variedade de tintas no mercado. Quem não entende do riscado pode ficar um pouco perdido na hora de escolher. Converse com o vendedor na casa de tintas se pintar alguma dúvida.

» PVA
A tinta látex (ou PVA) é a mais utilizada para a parte interna da casa. Sua base é solúvel em  água. É o acabamento adequado para a parte interna das residências, que podem ser limpas apenas com um pano úmido. Seca rapidamente, e o odor típico de pintura é mínimo. Não é adequada para áreas molhadas ou que recebam chuva.

» Acrílica
A tinta acrílica tem aspecto muito similar ao do látex e também é solúvel em água.
Sua fórmula contém resinas acrílicas, o que proporciona ao produto alta impermeabilidade, tornando-o especialmente eficaz para pinturas externas ou em áreas molhadas, como cozinhas e banheiros. Seca rapidamente. Outra vantagem é que as paredes com tinta acrílica podem ser lavadas. É mais brilhante que a látex, mesmo na versão fosca.

» Esmalte
As tintas esmalte são indicadas para superfícies de ferro ou madeira, garantindo maior durabilidade a esses materiais. Não é solúvel em água.

GESSO OU MASSA CORRIDA?

Para melhorar o acabamento das paredes, o ideal é utilizar gesso ou massa corrida. Com esses materiais acertam-se ondulações, furos e até buracos maiores.

Gesso
» Secagem mais rápida
» Indicado para preenchimento e nivelamento
» Aplicar com desempenadeira própria para gesso e/ou espátula de aço
» Aplicar de 2 a 3 demãos finas e sucessivas
» O gesso consome mais tinta, devido à sua porosidade
» Antes da aplicação, há a necessidade de utilizar fundo preparador
» Tem que ser misturado com água para a aplicação

Massa corrida
» Formulada especialmente para receber pintura
» Maior controle de qualidade
» Menos consumo de tinta e fácil aplicação
» Aplicar com desempenadeira e/ou espátula de aço
» Aplicar de 2 a 3 demãos finas e sucessivas
» Leva cerca de três horas para secar

PASSO A PASSO
Veja algumas dicas para a hora de pintar a casa por conta própria. Seguir procedimentos e respeitar etapas garantem um resultado muito bom, com a vantagem da economia.

» COMEÇO
Separe uma roupa bem velha, pois ela ficará inutilizável no fim da renovação, ainda mais se você nunca tiver pintado uma parede sozinho. Afaste os móveis, guarde objetos de decoração e projeta a mobília, chão, rodapés, portas e batentes com papelão e/ou lona.

» PREPARAÇÃO
Lixe toda a parede. Depois, com um pano úmido, retire todo o pó dela. Passar a vassoura na parede de pelo é outra opção. Certifique-se, porém, de que ela não esteja muito suja ou engordurada. Também limpe o chão, pois a movimentação faz a poeira subir.

» NA FITA
Um dos grandes aliados dos pintores é a fita crepe. Passe a fita ao redor da área que será pintada (rodapé, roda-teto, batentes, juntas de paredes), protegendo os materiais e dando mais liberdade para trabalhar com o rolo. Depois, essa fita é retirada para o acabamento.

» CORRIGINDO IMPERFEIÇÕES
Se a parede estiver muito maltratada e com ondulações, será preciso fazer um dos trabalhos mais difíceis da pintura, que é acertar o acabamento com massa corrida ou gesso. O material ideal para ambientes internos é a massa corrida. Use uma lanterna ou lâmpada para conseguir enxergar as imperfeições. Deixe secar por algumas horas. Depois desse processo, o lixamento deve ser repetido, assim como a limpeza das paredes.

» SELADOR
Abra a lata e misture bem o selador, para que o material fique uniforme. Separe uma quantidade na bandeja de aplicação e, com o rolo de lã, aplique na parede em movimentos horizontais. É importante observar nas instruções do fabricante e a diluição recomendada. Se benfeita, uma demão é suficiente.

» MISTURANDO
Abra a tinta e mexa-a bem com um misturador ou ripa de madeira.

» SIGA AS INSTRUÇÕES
Cada tinta tem especificações diferentes. Portanto, leia as instruções do fabricante para diluí-la. Despeje a tinta na bandeja ou caçamba e dilua em água seguindo as recomendações da embalagem. Mexa bem.

» PINTANDO
Use a trincha (pincel) para passar a tinta em todo o entorno da área que será pintada (rente à fita crepe). Quanto mais largo esse acabamento, melhor. Sem esperar secar, parta para o resto da superfície. Antes da utilização, é recomendado umedecer o rolo em água. Mergulhe o rolo na tinta sem deixar encharcar, tire o excesso na própria bandeja ou caçamba e passe na parede no sentido vertical. Passe de cima para baixo e, depois, ao contrário, completando uma faixa. Uma dica é sempre começar de um lado para o outro. Faça o procedimento por toda a parede e deixe secar por, no mínimo,
quatro horas.

» CALMA
A primeira demão nunca fica perfeita. Às vezes é preciso mais de duas para a parede ficar com boa aparência. Então, não se assuste com a primeira camada de tinta.

» SEGUNDA DEMÃO
Repita o processo de pintura, primeiro fazendo o contorno rente à fita crepe com o pincel e passe a segunda demão com o rolo. Se o resultado ainda não estiver satisfatório, espere secar quatro horas e aplique a terceira demão.

» UFA!
Assim que terminar a última demão, retire a fita crepe antes de secar. Lave o material com água corrente e seque bem antes de guardá-lo, para poder usá-lo de novo. Para limpar os pincéis, deixe-os imersos em Tíner ou águarrás. Depois que a tinta secar, é hora de retirar todo o papelão e/ou lona, limpar o chão e colocar tudo de volta no lugar. Pronto! Sua casa está novinha em folha.

Fonte: Gustavo Perucci/Estado de Minas