Pílula do dia seguinte: tipos, ação no corpo, falhas + TUDO sobre método emergencial
Usar pílula do dia seguinte é uma das maneiras mais indicadas de evitar gravidez após falha no método contraceptivo de rotina. Falta de proteção, camisinha furada e esquecimento do anticoncepcional são apenas algumas situações em que ela pode ser tomada, mas é preciso ter cautela pois o uso incorreto ou desnecessário pode torná-la ineficaz e criar uma verdadeira bagunça no organismo.
Como surgiu a pílula do dia seguinte?
De acordo com o ginecologista Élvio Floresti Junior, esse tipo de medida de emergência não é novo. “Antigamente, quando não existia a pílula do dia seguinte, orientávamos que em caso de relação desprotegida fossem tomados 2 ou 3 comprimidos da pílula comum em intervalos específicos por um dia. Isso era eficaz em 90% dos casos”, conta.
Já as pílulas atuais com função emergencial específica contêm altas dosagens do hormônio levonorgestrel, um derivado da progesterona.
Como age no corpo da mulher
O efeito da pílula do dia seguinte ocorre diretamente no endométrio, que é o tecido que reveste internamente o útero. Ela deixa o muco do colo uterino – uma substância espessa na qual o espermatozoide se desloca para encontrar o óvulo – hostil ao gameta masculino e diminui a mobilidade das trompas uterinas (que levam o óvulo ao encontro do espermatozoide.
Com isso, o encontro entre espermatozoide e óvulo e a fixação do embrião no endométrio são mais difíceis.
Além disso, a ovulação também pode ser atrasada por causa do excesso de progesterona.
A gravidez é tecnicamente confirmada apenas após a fixação do embrião. Portanto, a pílula do dia seguinte não é considerada abortiva, mas preventiva
Tipos de pílula do dia seguinte: diferença entre dose única e dupla
Há dois tipos de pílula do dia seguinte: uma cuja dose é dividida em dois comprimidos de 0,75 mg – que devem ser tomados com intervalo de 12h – e outra de dose única de 1,5 mg. Ambas as formas são igualmente eficazes, mas a dose única pode provocar efeitos colaterais mais intensos.
Ocasiões em que deve ser tomada
Deve ser usada apenas em situações de emergência em que há relação sexual sem uso de nenhum método contraceptivo, rompimento de preservativo, esquecimento da pílula anticoncepcional oral por mais de três dias, entre outros.
Como tomar pílula do dia seguinte
Momento certo de tomar
A pílula pode ser tomada em até 72h após o ato sexual. Se ingerida em até 24 horas, há 90% a 95% de chance de evitar gravidez. Contudo, quanto mais tarde for ingerida, maiores são as chances de falha.
Pode tomar pílula do dia seguinte junto com anticoncepcional?
Se a mulher tomar o contraceptivo oral com regularidade, não há necessidade de usar o de emergência porque ele apresenta maiores taxas de eficácia. A combinação de pílula do dia seguinte e anticoncepcional só é válida em casos de esquecimento do método regular por mais de três dias.
Nessas situações, é indicado interromper a cartela até descer a menstruação, usando sempre o preservativo em relações sexuais. Só depois disso pode-se começar uma nova cartela, seguindo as orientações da bula.
Tomar pílula do dia seguinte faz mal?
A pílula do dia seguinte provoca diversas consequências para o organismo, como mal-estar, cólica, sensibilidade nos seios, tontura, fadiga, dor de cabeça e sangramentos menstruais irregulares.
Como desregula o ciclo, também impossibilita a mulher de saber com precisão a data em que ovulará novamente.
Aumenta risco de trombose?
O estrogênio presente no anticoncepcional pode causar trombose, que é a perigosa formação de coágulos na corrente sanguínea. Felizmente, a composição da pílula do dia seguinte não possui esse hormônio, apenas progesterona, que não tem potencial trombogênico.
Engorda?
Pode haver retenção de líquido se o método for usado com frequência.
Risco de gravidez ectópica
Há estudos que relacionam o tomar pílula do dia seguinte com gravidez ectópica, que ocorre quando o embrião se instala em outros lugares que não a cavidade uterina. Essa relação tem base no efeito do medicamento em reduzir o movimento das trompas, que são responsáveis por encaminhar o óvulo até o útero, e consequentemente fazer com que o óvulo seja fecundado nelas.
Com o desenvolvimento do embrião, surgem riscos como hemorragia e rompimento. Além disso, não há possibilidade de o bebê sobreviver.
Assim, se uma mulher engravidou mesmo após usar esse contraceptivo é indicado realizar exames ginecológicos para descartar a possibilidade dessa alteração.
Contraindicações
É contraindicado seu uso para grávidas e mulheres que amamentam pois a progesterona pode chegar até a criança e causar alterações em seu desenvolvimento. As bulas de algumas pílulas do dia seguinte também indicam não usá-la em mulheres que apresentam sangramento vaginal incomum ou de causa desconhecida.
Menstruação desce quantos dias depois?
Normalmente, a menstruação é decorrente da diminuição dos níveis de progesterona. Porém, a pílula de emergência insere uma alta quantidade do hormônio, o que desregula todo o período.
Segundo o ginecologista Élvio Floresti Junior, o dia da menstruação após a pílula do dia seguinte dependerá da fase do ciclo em que a mulher está. Se estiver na primeira, que vai aproximadamente até o 12° dia, provavelmente demorará a menstruar. Já se a ingestão da pílula ocorrer na segunda ou terceira fase, o sangramento pode surgir dois ou três dias depois após a tomada da droga. Muitas vezes, o sangramento após o medicamento é escasso e amarronzado.
Assim, caso o sangue menstrual não venha em até uma semana após a data prevista (independente de ter tomado a pílula de emergência) há chance de gravidez. Na dúvida, procure um ginecologista.
Onde comprar?
A pílula de emergência não necessita de receita e pode ser encontrada em farmácias e postos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nomes
Veja algumas marcas de pílula do dia seguinte mais conhecidas:
PostinorPozatoDiadDopoPilemNeodia 1,5mg ElitePoslovPrevyol
Preço
Os valores variam de acordo com a marca, podendo variar de R$ 10 a R$ 30.
Do Bolsa de Mulher
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