PIB per capita: a medida do empobrecimento
Feio por qualquer ângulo que se olhe. O resultado do PIB de 2016 divulgado hoje pelo IBGE revela dados negativos em todos os componentes levados em conta para calcular o desempenho da economia brasileira.
Alguns números: a agropecuária encolheu 6,6%; a indústria, 3,8%; e o setor de serviços, 2,7%. O consumo das famílias teve queda de 4,2% e o investimento caiu 10,2%. A taxa de poupança, ou seja, o quanto o país poupa em relação ao que produz, ficou em apenas 13,9%. Um desastre.
A espiral descendente da economia brasileira vem desde 2011. Mas de forma dramática a partir de 2014. Fechando em 2016 o mais longo e profundo ciclo de recessão da história do país.
Medida do empobrecimento da população: se o PIB caiu 3,6% a renda per capita ( que é PIB dividido pelo número de habitantes) caiu 4,4% no ano passado, depois de ter caído 4,6% em 2015.
Em dois anos, essa perda anulou os ganhos acumulados nos quatro anos anteriores, de 2011 a 2014. Por essa medida, fica claro que não adianta forçar a marcha do crescimento num ano e derrapar em seguida.
E daqui pra frente? A agropecuária, que caiu 6,6% no ano passado, deve ter excelente resultado este ano. A indústria também deve sair do resultado negativo de 3,8% para crescimento este ano. Vamos ver o dado da produção de janeiro, que sairá nesta quarta-feira (8).
O setor de serviços, que representa dois terços do PIB, ainda vai sofrer. Com desemprego alto e renda baixa, não tem força para acelerar.
No governo e entre economistas do setor privado, a avaliação é de que o trimestre passado foi o último da recessão. O ritmo da retomada neste primeiro trimestre de 2017 ainda é uma questão em aberto.
Fonte: G1