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Palestina ganha 1 milhão de dólares em prêmio de melhor professora

Anúncio foi feito pelo papa Francisco em Dubai.
Hanan Al Hroub concorreu com outros nove professores em todo o mundo.

Deu no G1

Por France Press

Foto Capa:   Stringer/ Sheikh/ AFP

A palestina, Hanan Al Hroub, venceu o prêmio de melhor professora do mundo concedido pela Fundação Varkey. O anúncio foi feito pelo papa Francisco em uma transmissão de vídeo em Dubai, na noite deste domingo (13). Ela vai receber o prêmio de um milhão de dólares.

“Felicito a professora Hanan Al Hroub por ter ganhado este prêmio de prestígio, em razão da importância que atribui às brincadeiras na educação das crianças”, declarou o papa no vídeo exibido na cerimônia de premiação.

“A criança tem o direito de brincar. Parte da educação é ensinar-lhes como brincar para aprender brincando”, disse o pontífice.

 

Hanane receberá o milhão de dólares dividido em dez parcelas.

A cerimônia ocorreu na presença do xeque Mohammad ben Rached al-Maktoum, governante de Dubai, que patrocina a Fundação Varkey.

Hanan recebeu o prêmio das mãos do primeiro ministro dos Emirados Árabes e do representante de Dubai 

Hanan Al Hroub, que leciona em uma escola secundária em Al-Bireh, na Cisjordânia, nasceu e cresceu em um campo de refugiados palestinos.

Os filhos da professora Hanan mudaram completamente de comportamento em sala de aula e em casa após serem alvo de tiros. Ela, então, iniciou um processo lento de recuperação desses traumas por meio de jogos em casa. Depois da recuperação, decidiu lecionar para crianças.

Para ela, a violência na Palestina pode afetar diretamente o comportamento infantil. “Uma criança vai amadurecer rápido aqui porque a situação em que vivemos é diferente da de qualquer criança ao redor do mundo”, afirma. Desde então, leva o conceito da não-violência para os estudantes, ensinando sobre comportamento e ética através de jogos, assim como fez com seus filhos.

A cerimônia também foi assistida por vídeo pelo vice-presidente americano, Joe Biden, e pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

A Fundação Varkey foi criada por Sunny Varkey, um indiano residente em Dubai, presidente da empresa GEMS, dedicada à educação.

A paquistanesa Hanan Al Hroub ensina a não-violência por meio dos jogos (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)
A paquistanesa Hanan Al Hroub ensina a não-violência por meio dos jogos (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)

Veja quem são os 10 melhores professores do mundo, segundo ONG

‘Prêmio Nobel do Ensino’ vai pagou 1 milhão de dólares ao vencedor.
Concurso ocorreu neste domingo (13), em Dubai.

Neste domingo (13) o professor que mais contribui para a educação, entre dez selecionados em todo o mundo, ganhou 1 milhão de dólares pelo ‘Global Teacher Prize’, conhecido como “Prêmio Nobel do Ensino”, promovido pela ONG Varkey Foundation. O prêmio, que está em sua segunda edição, foi criado com o objetivo de reconhecer os esforços que esses profissionais fazem em condições diversas pelo mundo.

Seu júri, composto por educadores, jornalistas, empreendedores, cientistas e figuras da indústria do entretenimento decidiu qual dos dez candidatos do ‘Top 10’ receberá o prêmio, com base em critérios como reconhecimento do professor entre alunos e colegas de trabalho e conquistas na escola e comunidade que representa.

Na primeira edição, a professora dos Estados Unidos Nancie Atwell foi premiada por seu método de ensino de inglês por meio de oficinas de redação e leitura.

Entre os candidatos deste ano, estavam professores que combatem o extremismo religioso, a guerra, a desigualdade social e que incentivam o ensino engajado e inovador. Confira abaixo os dez finalistas:

Aqeela Asifi – Paquistão

Aqeela Asifi, professora paquistanesa que montou uma escola em um campo de refugiados (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)

Aqeela Asifi, professora paquistanesa que montou uma escola em um campo de refugiados (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)

Para escapar do talibã em 1992, a professora Aqeela migrou do Afeganistão para o Paquistão e passou a viver em um campo de refugiados. Na vila de Kot Chandana, percebeu que os meninos frequentavam a escola, mas as meninas nem sequer falavam sobre o assunto.

Aqeela, então, montou uma escola em uma tenda emprestada e, sem recursos, começou a ensinar. Segundo a professora, as meninas nunca haviam visto materiais escolares e pensavam que borrachas eram gomas de mascar.

Desde então, mais de 1.100 meninas já passaram pela escola e sua atuação mudou o modo de encarar a educação feminina naquela comunidade. Aqeela formou alunas que viraram médicas, professoras, e cientistas.

Ayub Mohamud – Quênia

Ayub Mohamud, do Quênia, tem como um de seus objetivos combater o extremismo religioso (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)
Ayub Mohamud, do Quênia, tem como um de seus objetivos combater o extremismo religioso (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)

O professor de educação religiosa Ayub Mohamud luta, em sala de aula, contra problemas enfrentados no Quênia como extremismo religioso, poluição intensa e violência. A partir de suas aulas para crianças da capital e zona rural do Quênia, criou estratégias para combater essas questões e contribuiu para a criação de uma rede com professores de pensamentos equivalentes.

Ayub incentiva estudantes a recolher e dar novos usos a materiais de plástico e usa a matéria de assuntos relacionados ao Islã para iniciar em sala de aula um debate a respeito do extremismo.

Colin Hegarty – Reino Unido

Colin Hegarty do Reino Unidos, faz vídeos para reforçar o conteúdo da matemática (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)
Colin Hegarty do Reino Unido, faz vídeos para reforçar o conteúdo da matemática (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)

No Reino Unido, um professor se tornou responsável por conectar alunos à matemática e torná-la acessível por meio da força da internet. As crianças que ele ensina podem reforçar o conteúdo dado em sala de aula assistindo um de seus mais 1.500 vídeos, que já somam quase cinco milhões de visualizações no Youtube.

Hanan Al Hroub – Palestina

A paquistanesa Hanan Al Hroub ensina a não-violência por meio dos jogos (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)
A paquistanesa Hanan Al Hroub ensina a não-violência por meio dos jogos (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)

Os filhos da professora Hanan mudaram completamente de comportamento em sala de aula e em casa após serem alvo de tiros. A paquistanesa, então, iniciou um processo lento de recuperação desses traumas por meio de jogos em casa. Depois da recuperação, decidiu lecionar para crianças.

Para ela, a violência na Palestina pode afetar diretamente o comportamento infantil. “Uma criança vai amadurecer rápido aqui porque a situação em que vivemos é diferente da de qualquer criança ao redor do mundo”, afirma. Desde então, leva o conceito da não-violência para os estudantes, ensinando sobre comportamento e ética através de jogos, assim como fez com seus filhos.

Joe Fatheree – Estados Unidos

Joe Fatheree, dos Estados Unidos, procura atividades que deixem seus alunos engajados (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)
Joe Fatheree, dos Estados Unidos, procura atividades que deixem seus alunos engajados (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)

Em Illinois, nos Estados Unidos, Joe Fatheree quer que seus alunos façam atividades que os deixem engajados. Em sala de aula, os adolescentes exercem o empreendedorismo, criam música, livros e curtas-metragem.

Como instrutor de criatividade e inovação na escola, os métodos de Joe se espalharam pelo país. Segundo ele, o que os professores podem fazer nos próximos dez anos é “assumir o desafio de reformar o sistema de educação”.

Kazuya Takahashi – Japão

Kazuya Takahashi leva seus estudantes a viagens para a Indonésia para o ensino de cidadania global (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)
Kazuya Takahashi leva seus estudantes a viagens para a Indonésia para o ensino de cidadania global (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)

Na sociedade japonesa, em que muitos estudantes já chegam à escola com carreiras pré-determinadas, Kazuya Takashi trata de mostrar outras opções. Seus métodos buscam estimular a criatividade e independência dos alunos. Entre os projetos do professor de língua inglesa e literatura, estão as aulas usando lego e o ensino da cidadania global, levando estudantes para a Indonésia para ajudar em causas sociais.

Maarit Rossi – Finlândia

Maarit Rossi ensina matemática conectando os alunos à matéria (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)
Maarit Rossi ensina matemática conectando os alunos à matéria (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)

A professora finlandesa Maarit Rossi desenvolveu métodos para tornar o ensino de matemática mais prático que teórico para as crianças. Por meio de aulas na neve e associações com o dia a dia dos alunos, suas técnicas tiveram grande impacto no ensino da escola. Segundo Maarit, o ensino se torna mais eficiciente quando se trabalha em grupos, quando se tem diálogo e a possibilidade de experimentar.

Michael Soskil – Estados Unidos

Michael Soskill, nos EUA, conecta seus alunos de uma pequena cidade a outros países  (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)
Michael Soskil, nos EUA, conecta seus alunos de uma pequena cidade a outros países (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)

Os alunos de uma pequena cidade na Pensilvânia conseguiram cruzar a barreira de seu país com as ideias de seu professor. Com Michael Soskil, fazem vídeoconferências com cientistas na Antártica, fizeram ações para combater o surto de cólera no Quênia e receberam aulas de crianças quenianas. “Quando as crianças desenvolvem o amor por aprender, isso as carrega pela vida inteira. E elas são capazes de pegar qualquer conhecimento que cruze seus caminhos e transformar em algo incrível”, disse.

Richard Johnson – Austrália

O australiano Richard Johnson leva a ciência para crianças em seu laboratório (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)
O australiano Richard Johnson leva a ciência para crianças em seu laboratório (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)

Na escola primária Rostrata, na Austrália, o professor Richard Johnson transformou o ensino da ciência com seu laboratório. Nele, os alunos aprendem sobre robótica, realidade aumentada, dimensões e usam ferramentas online e reais para aprender. Para Richard, é uma forma de atrair crianças a esse campo. “Se você não envolver as crianças em ciência enquanto elas são jovens, não sei como nós vamos solucionar os problemas do século XXI”, afirmou.

Robin Chaurasiya – Índia

Robin Chaurasiya leva educação a meninas indianas à margem da sociedade (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)
Robin Chaurasiya leva educação a meninas indianas à margem da sociedade (Foto: Reprodução Global Teacher Prize/ Youtube)

Em uma sala no distrito de Mumbai, a maior cidade da Índia, meninas de 12 a 20 anos encontraram um ensino que raramente chega para quem está às margens da sociedade indiana. Com a professora Robin Chaurasiya, têm aulas de dança, discussões, música e escrita, além de usarem a cidade como ‘material escolar’, explorando-a durante as aulas.

De acordo com Robin, o fato de que essas meninas não seguirão carreira acadêmica não quer dizer que elas não mereçam educação. “Se essa pessoa nunca vai ser bem sucedida academicamente, isso significa que que elas não valem a pena como seres humanos, ou como estudantes? Claro que não. E o que queremos trazer para o mundo? Sua felicidade e compaixão, porque é isso que elas podem oferecer”, disse.