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Badin se explica após farsa na doação de R$ 1 milhão de Nego Di — Foto: Reprodução/Redes sociais

Organizador de vaquinha para o RS, humorista Badin se explica após farsa na doação de R$ 1 milhão de Nego Di

O humorista Badin, “o colono”, se pronunciou após uma reportagem da Band denunciar que o influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, teria mentido sobre uma doação para ajudar o Rio Grande do Sul por conta das enchentes de maio. O ex-BBB teria doado apenas R$ 100 para uma conta da Vakinha online criada por Badin — conforme apurou o Ministério Público do estado ao quebrar seu sigilo bancário — enquanto afirmava nas redes sociais que o valor total encaminhado era de R$ 1 milhão.

Nego Di teve prisão decretada no domingo pelo crime de estelionato após denúncias de que o influenciador participava de um esquema de venda online de produtos que nunca foram entregues a, pelo menos, 370 compradores. Segundo a investigação da Polícia Civil, foram registradas movimentações financeiras em contas ligadas a ele em 2022 que passavam de R$ 5 milhões.

Em vídeo publicado nesta sexta-feira, Badin explica como se deu o contato inicial de Nego Di para que ocorresse a doação.

— Durante as enchentes, ele ajudou muito na divulgação e teve um dia que ele me chamou e falou ‘”cara, quero doar 1 milhão pra Vakinha”. Eu falei “maravilhoso, perfeito”. Meu deus, por que eu vou negar uma doação? Falei: “cara, mete bala” — disse Badin.

O humorista afirma que Nego Di teria dito que “um pessoal” iria doar direto para a Vakinha e o valor total de R$ 1 milhão entraria em partes.

— Aí ele me mandou aquele comprovante lá e eu postei e agradeci, porque eu tava feliz mesmo, porque ia entrar uma doação de R$ 1 milhão — complementou Badin.

Ainda no vídeo, Badin disse que não conseguia monitorar se o valor prometido por Nego Di estaria mesmo entrando, pois tinha dias que chegavam mais de R$ 10 milhões na campanha. O gaúcho também enfatizou que o dinheiro foi completamente administrado pelo Instituto Vakinha.

O humorista se tornou uma referência no movimento solidário em prol das vítimas arrecadando mais de R$ 60 milhões. Badin é o personagem criado por Eduardo Christ, gaúcho de 32 anos que é fenômeno na internet.

Não foi a primeira vez que Badin recolhe doações para vítimas de enchentes no Rio Grande do Sul. No ano passado, quando o estado também sofreu com fortes chuvas, ele arrecadou mais de R$ 3 milhões em uma vaquinha virtual. À época, ele disse ao jornal Zero Hora que a transparência com que lidava com o repasse das doações refletia na confiança que as pessoas depositavam nele. “Ajuda na credibilidade, porque as pessoas querem saber para onde está indo o dinheiro. Acho que isso também incentivou o pessoal a doar mais”, explicou à publicação.

Prisão de Nego Di

De acordo com informações do portal de notícias G1, a loja virtual Tadizuera, operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022, momento que a Justiça determinou que ela fosse retirada do ar. Nego Di divulgava em seus perfis nas redes sociais os produtos à venda, como aparelhos de ar-condicionado e televisores, vendidos a preços abaixo do de mercado.

O prejuízo dos 370 clientes lesados é estimado pelos investigadores como superior a R$ 330 mil. No entanto, há suspeitas de que o número de vítimas do esquema seja maior devido a movimentações milionárias em contas associadas ao influenciador em 2022.

O sócio de Nego Di na empresa, Anderson Boneti, também teve a prisão preventiva decretada pela Justiça em fevereiro de 2023, mas foi solto dias depois.

Em nota, a defesa de Nego Di afirmou que está “tomando as medidas cabíveis” e pediu “cautela” na divulgação de informações do caso, devido a preocupações de “danos irreparáveis à carreira e à imagem” do humorista.

O influenciador digital e a mulher, Gabriela Sousa, também foram alvo de outra uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul por suspeita de lavagem de dinheiro por meio rifas ilegais. Na ocasião, Gabriela foi presa, mas em seguida pode ser liberada com o pagamento de uma fiança no valor de R$ 14 mil.

A defesa do casal se manifestou em nota:

“A defesa esclarece que ainda não teve acesso ao inquérito conduzido pelo Ministério Público. No entanto, reiteramos que todos os detalhes da situação e a inocência serão devidamente esclarecidas e comprovadas dentro do processo. Ressaltamos também a importância de evitar especulações e a divulgação de informações referentes a processos que tramitam sob sigilo, a fim de preservar a integridade das investigações e dos envolvidos. Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que possam ser prestados dentro dos limites legais”.

Por O Globo