Núcleo de Engenharia confirma que esgoto na lagoa não é da ALMT
Núcleo de Engenharia e Arquitetura da Assembleia Legislativa descartou a possibilidade de o Parlamento estadual ser o responsável pelo lançamento do esgoto in natura na lagoa do Parque das Águas, localizada no Centro Político Administrativo de Cuiabá.
De acordo com o engenheiro de trabalho do Núcleo de Engenharia, Teófilo Fonseca, no ano passado, o setor realizou periodicamente vistoria no local, percorrendo os pontos de concentração dos esgotos. Está constatado que o esgoto sanitário gerado na Assembleia Legislativa é direcionado à rede de esgotos sob responsabilidade da CAB/Cuiabá.
“O nosso esgoto é concentrado e lançado no poço de visita da concessionária de água e esgoto. Desse poço de visita, é conduzido à estação elevatória da CAB/Cuiabá, que o encaminha para estação de tratamento de esgoto, localizada no bairro Dom Aquino, na capital”, explicou Fonseca.
Em setembro do ano passado, de acordo com Teófilo Fonseca, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (SORP) notificou a Assembleia Legislativa para se posicionar sobre o lançamento do esgoto in natura na Área de Preservação Permanente (APP) Parque Paiaguás, mais conhecida como Parque das Águas.
A notificação entregue à Procuradoria da Assembleia Legislativa aponta que o lançamento dos dejetos está localizado ao lado da Avenida Hermínia Torquato com a Avenida André Antônio Maggi, mas não apresenta o ponto exato ou as coordenadas geográficas do esgoto.
Segundo Teófilo Fonseca, o esgoto que está sendo lançado na rede pluvial do Parque das Águas tem origem à montante da Assembleia Legislativa. “Isso porque a altura da drenagem está mais alta que o terreno da Assembleia. Para que a Assembleia lançasse o esgoto nessa rede teria que ser por meio de bomba”, explicou o engenheiro.
Teófilo Fonseca disse ainda que antes de o esgoto ser ligado à rede da concessionária, os dejetos sólidos e líquidos eram lançados na fossa séptica e sumidouro, localizada na frente da Assembleia Legislativa.
“Essa fossa foi desativada, à época, a pedido da CAB/Cuiabá quando construiu a rede de esgoto. A partir disso, o esgoto produzido pela Assembleia passou a ser jogado nessa rede. Por isso, o esgoto não tem como ser da Assembleia Legislativa”, afirmou.
Fonseca disse ainda que a Prefeitura de Cuiabá precisa fazer um estudo detalhado para saber quem está despejando o esgoto in natura no Parque das Águas. “Tenho certeza de que o esgoto não é da Assembleia Legislativa. O estudo feito pelo Núcleo de Engenharia demonstra isso. Nosso esgoto é conduzido para a rede de tratamento de esgoto da CAB/Cuiabá”, afirmou Teófilo Fonseca.
Para o fiscal das obras à época da construção do Palácio Dante Martins de Oliveira, Adilson Moreira da Silva, o esgoto produzido na Assembleia Legislativa era jogado em uma estação de tratamento próprio, situada no jardim onde está localizada a torre da TVAL. A fossa era séptica e com filtro.
Nesse período, de acordo com o fiscal de obras, o esgoto antes de ser lançado na lagoa passava por tratamento a base de cloro, nitrato e outros produtos químicos. Ele afirmou que a água jogada na lagoa era 98% tratada. Mas a Sanecap (hoje, CAB/Cuiabá) construiu uma rede coletora de esgoto e uma estação elevatória e proibiu a Assembleia de jogar o esgoto na lagoa.
“Por isso, a Assembleia bloqueou o sistema de tratamento e passou a jogar o esgoto na rede da CAB/Cuiabá. A Assembleia não joga nada na lagoa. Nem águas pluviais, porque a Casa tem um sistema de coleta de água das chuvas com duas caixas d’águas subterrâneas com capacidade de 750 mil litros”, explicou Moreira da Silva.
Ao ser notificado pela Prefeitura de Cuiabá, Adilson Moreira disse que a Assembleia Legislativa respondeu se eximindo de qualquer responsabilidade.
“Temos mapas e fotos detalhados que comprovam que o esgoto não é da Assembleia Legislativa. Cabe aos técnicos da prefeitura fazerem uma investigação minuciosa em todo o contorno da lagoa e verificar que a Assembleia não joga esgoto na lagoa”, desabafou Moreira.
Fonte: Assembleia Legislativa de Mato Grosso