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Mulher com câncer de mama morre após médico dizer que nódulo era da amamentação

Médico também disse que ela não poderia estar com câncer de mama porque era muito jovem para ter a doença e não tinha histórico familiar

Uma mulher britânica, de 33 anos, mãe de cinco filhos, morreu por conta de um câncer de mama mesmo após ter procurado ajuda médica e escutado do especialista que os nódulos em seus seios estavam sendo causados pela amamentação.

Após a morte da jovem, a mãe de Melanie Bray, Janet Willoughby, está se dedicando na divulgação da prevenção ao câncer de mama , por meio de sua história para alertar outras mulheres a dar mais atenção aos sinais de seus corpos e sempre procurar uma segunda opinião médica caso sentirem que algo pode estar errado.

Janet disse que sua filha só foi diagnosticada com câncer de mama quando já era tarde demais. Mesmo com sua insistência em que havia ”algo a mais” nos caroços que ela encontrou em seu seio, o médico dizia que não poderia ser a doença. Melanie percebeu o primeiro caroço quando tinha apenas 27 anos, mas foi informada de que era muito jovem para ter a doença, segundo contou a mãe da vítima.

Os familiares afirma que ela visitou o Mermaid Center, especializado em cuidados de mama no Royal Cornwall Hospital duas vezes em 2010, antes de seu diagnóstico terminal em maio de 2013.

Janet afirma que nas visitas iniciais também chegaram a dizer que sua filha não poderia ter câncer porque não havia histórico familiar da doença e que os nódulos eram, provavelmente, devido à amamentação. Melanie morreu em março deste ano.

Janet, que agora cuida das quatro filhas e o filho de Melanie em Camborne, no Reino Unido, contou em sua segunda visita ao Mermaid Center seu peito ainda estava irregular, mas novamente foi dito a ela que era porque ela estava amamentando.

No entanto, Melanie nunca estava convencida de que a amamentação fosse a causa de seus caroços. Em 2013 ela encontrou um grande nódulo no lado de seu peito e voltou ao seu médico novamente e foi encaminhado para o hospital outra vez.

“Foi quando ela foi diagnosticada com câncer de mama HER2 positivo. E nós sabíamos de então era terminal”, contou a mãe. “O tipo de câncer que ela teve não era hereditário, então não ter histórico familiar de câncer de mama não tinha nada a ver com isso”, completou Janet.

Campanha

Melanie então decidiu passar seus últimos dias de vida se dedicando a ajudar mulheres a não passarem pela mesma situação que ela, criando a campanha #startmakingnoise nas redes sociais, para incentivar as pessoas que estão descontentes com o seu diagnóstico procurar uma segunda opinião.

Sua mãe acredita que se ela tivesse sido diagnosticada mais cedo, tudo poderia ter sido diferente. Porém, ela prometeu à filha que iria continuar a campanha de Melanie. “Não ignore isso. Se você não está feliz com o seu diagnóstico, procure outros médicos até se convencer de que está tudo bem. Melanie sabia que algo não estava certo dentro dela mesma, mas eles não ouviram”, acrescentou Janet.

Um porta-voz da Royal Cornwall Hospitals NHS Trust, que administra os hospitais onde Melanie foi tratada, lamenta o ocorrido e afirma que “a equipe de cuidados ao câncer de mama segue diretrizes claras sobre o diagnóstico da possibilidade da doença em mulheres jovens, e estão conscientes do potencial para o diagnóstico em mulheres de qualquer idade”.

A nota dizia ainda que “infelizmente, a doença em estágio inicial nem sempre será aparente, apesar de testes diagnósticos apropriados e, no caso de cânceres mais agressivos, eles podem se desenvolver rapidamente em um período muito curto de tempo”.

Fique atenta

Fazer o autoexame periodicamente pode ajudar a detectar o câncer de mama nos primeiros estágios
Fazer o autoexame periodicamente pode ajudar a detectar o câncer de mama nos primeiros estágios – shutterstock/Reprodução

O câncer de mama é uma doença que atinge mais de 2 milhões de mulheres por ano no Brasil. Além dos nódulos, os sintomas também incluem secreção com sangue pelo mamilo e mudanças no formato ou textura da mama ou do mamilo.

Algumas pessoas começam a sentir dores na região dos seios, e também pode acontecer de ser notada uma fadiga fora do comum, que é relacionada ao câncer e perda de peso.

Para evitar que o câncer seja notado tardiamente, o recomendado é estar sempre em dia com os exames ginecológicos, principalmente em casos de histórico da doença na família.

Autoexame

Uma forma de manter em dia a prevenção ao câncer é o autoexame. Também indicado para que as mulheres possam não só conhecer melhor o corpo, como para detectar o câncer de mama.

Para fazer, a mulher pode estar deitada ou no chuveiro. Primeiro, é necessário colocar a mão direita atrás da cabeça e passar os dedos indicador, médio e anelar da mão esquerda suavemente em movimentos circulares por toda mama direita. Esse movimento deve ser repetido, alternando as mãos, na mama esquerda.

Outra etapa do exame deve ser feita em frente ao espelho. Com os braços abaixados, é preciso inspecionar as mamas, e depois fazer o mesmo com as mãos sobre a cabeça. Nesse movimento, é importante observar se ocorre alguma mudança no contorno dos seios ou no bico do peito.

Ainda de frente para o espelho, colocar as mãos na cintura e aperta-la é outro movimento para observar se há qualquer alteração nas mamas. Um último passo é espremer o mamilo delicadamente e averiguar se sairá qualquer secreção.

Esse exame não dispensa os exames e a consulta médica com um ginecologista. Além disso, a observação de alterações cutâneas ou no bico do seio, de nódulos ou espessamentos, e de secreções mamárias, não significa, necessariamente, a existência da doença.

Para pessoas que forem diagnosticadas após a realização de exames como a mamografias, ultrassom ou ressonâncias, o tratamento pode variar dependendo do tipo e da fase do câncer de mama que for detectado. Os procedimentos podem envolver quimioterapia, radioterapia ou até mesmo a cirurgia.

Do IG