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MST invade fazendas de Blairo Maggi, Ricardo Teixeira ,Ciro Nogueira e amigo de Temer

O Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) ocupou, na manhã desta terça-feira, fazendas do coronel João Baptista Lima, amigo do presidente Michel Temer, do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.  Os terrenos são localizados, nos municípios de Duartina, em São Paulo, Piraí, no Rio de Janeiro e Rondonópolis, no Mato Grosso.

O grupo alega que as ocupações integram a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que busca realizar manifestações em terrenos ligados a pessoas que tivessem alguma relação com esquemas de corrupção: “Os latifundiários que possuem estas áreas são acusados, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros”.

Em maio deste ano, coronel Lima foi apontado por delatores da JBS como o responsável por receber R$ 1 milhão de propina paga pela companhia na campanha eleitoral de 2014. De acordo com o diretor da empresa Ricardo Saud, o presidente Michel Temer recebeu R$ 15 milhões para distribuir a seus aliados. Em 2 de setembro daquele ano, R$ 1 milhão desse total foi entregue “conforme orientação direta e específica de Temer” na empresa Argeplan, em São Paulo, diretamente ao coronel.

Lima já havia aparecido em outra tentativa de acordo com a Justiça. Em 2016, quando José Antunes Sobrinho, um dos sócios da Engevix, tentou fechar sua delação na Lava-Jato, a revista “Época” revelou que a Argeplan e a AGF Consulting tinham ganhado concorrência de R$ 162 milhões para as obras de Angra 3, em 2012. O coronel teria convidado a Engevix, como subcontratada. Sobrinho disse ter se encontrado duas vezes com Temer e o coronel, no escritório do então vice-presidente, em São Paulo, para tratar do assunto. Em seguida, Lima teria cobrado R$ 1 milhão, que seria destinado à campanha de Temer em 2014.

O coronel e o ex-presidente tem negado as acusações.

De acordo com a Polícia Militar de Piraí, a fazenda de Teixeira, Santa Rosa, possui mais de 500 hectares e foi ocupada por mais de 300 manifestantes. “Ricardo Teixeira não só desencadeou todo um sistema de estelionato sobre o futebol e lavagem de dinheiro no Brasil, segundo estimam procuradores do Ministério Público Federal, como sua expertisse em corrupção no futebol é pauta do FBI e da polícia Espanhola”, divulgou o MST em nota. “Muitas destas lavagens de dinheiro passam pelo contexto da aquisição e valorização especulativa de grandes extensões de terras”, completa.

Reportagem publicada pelo GLOBO em 2015, dizia que a fazenda Santa Rosa tem cerca de 920 mil m², onde o cartola criava ao menos 500 cabeças de gado. Em um leilão de 2011, por exemplo, Teixeira arrecadou R$ 1,3 milhão com a venda de vacas e bezerros filhos de “raçadores da linha de frente do gado leiteiro nacional”, de acordo com uma publicação especializada. A propriedade conta com um casarão colonial e um heliponto.

Outra fazenda ocupada foi a SM2, do ministro Blairo Maggi, localizada na BR-163, em Rondonópolis, no Estado do Mato Grosso. O MST acusa o ministro de “estar envolvido em conjunto de denúncias de uso das legislaturas, como o de senador, para legislar em causa própria e para o fortalecimento das empresas de agronegócio”. A nota dos sem-terra lembra que, em 2006, o Greenpeace concedeu a Maggi, dono de um império agropecuário, o prêmio “Motosserra de ouro, por elevados danos ao meio ambiente”. As informações são da Agência O Globo.