MPE quer que a bebê indígena enterrada viva pela família vá para um abrigo em Canarana
Por Jeverson Missias – Da Redação
Após ter alta ontem (09), da Santa Casa de Misericórdia em Cuiabá, onde estava internada desde seu resgate, no dia 05 de junho. O Ministério Público Estadual (MPE), por meio da Promotoria de Justiça de Canarana, requereu nesta terça-feira (10), medida protetiva de acolhimento institucional da bebê indígena Analu Paluni Kamayura Trumai, enterrada viva pela família.
A medida protetiva de colocação em abrigo, segundo o promotor de Justiça, Matheus Pavão de Oliveira, deve ocorrer para preservar a integridade física e psíquica da menor. No pedido, o MP solicita o retorno imediato da indígena para Canarana (838 km de Cuiabá), mediante a atuação coordenada do Conselho Tutelar e da Casa de Saúde Indígena (Casai).
Para o Ministério Público, a situação da menor é de risco, e diante dessa situação de vulnerabilidade decorrente da ausência de interessados comprovadamente aptos na sua guarda entende que a manutenção da menor em abrigo deve permanecer até que a situação cesse, ou que sua genitora esteja em condições favoráveis, possibilitando assim o retorno ao convívio da família natural ou, subsidiariamente, a colocação em família substituta.
O pai – que é de outra etnia, também foi ouvido e manifestou interesse em criar a filha. Ele afirmou em depoimento que não sabia da gravidez e que quer ficar com a filha. Segundo o delegado responsável pela investigação, Deuel Paixão Santana, o pai da criança é um indígena da etnia Trumai. Ele foi localizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e levado à delegacia durante a investigação.
O Ministério Público Federal requisitou um estudo antropológico, que deve nortear a situação.
Por Jeverson Missias – Da Redação