Mesmo com Forças Armadas, Rocinha tem tiroteio na madrugada
Segundo a PM, troca de tiros entre policiais e criminosos aconteceu após homens armados tentarem romper bloqueio do Exército na comunidade
Depois de algumas horas de aparente tranquilidade, com a chegada de 950 homens das Forças Armadas, um novo tiroteio foi ouvido na comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, na madrugada deste sábado. De acordo com a Assessoria de Comunicação Social do Estado-Maior Conjunto das Operações em Apoio ao Plano Nacional de Segurança Pública, a troca de tiros entre policiais e criminosos aconteceu por volta das 4h30 e ao menos cinco suspeitos foram presos.
O tiroteio foi na parte baixa da comunidade e quatro policiais militares chegaram a ser atacados por quatro homens armados de fuzis. A Rocinha é alvo de operações diárias da PM desde o último domingo, quando houve confrontos entre grupos de traficantes rivais pelo controle de pontos de venda de droga da comunidade.
Devido ao tiroteio, a Polícia Militar fechou por mais de 40 minutos, em ambos os sentidos, as vias da estrada Lagoa-Barra, principal ligação entre as zonas sul e oeste da cidade. O fechamento ocorreu às 4h55, de forma preventiva, para evitar que motoristas que passam pela região fossem atingidos por balas perdidas.
As vias foram liberadas às 5h36 pelas forças de segurança que atuam na região da Rocinha. Pela manhã, a Lagoa-Barra e os túneis Zuzu Angel e Rafael Mascarenhas (túnel acústico) têm o trânsito liberado nos dois sentidos.
Durante a madrugada, quatro homens armados que ocupavam um táxi foram perseguidos por PMs na Rua Pacheco Leão, no Jardim Botânico, por cerca de 8 km até o bairro de São Conrado, que dá acesso à Rocinha. Eles conseguiram fugir. A polícia acredita que os criminosos estejam usando a mata fechada para sair da comunidade e atingir os bairros do Horto e do Jardim Botânico.
Ocupação
As forças de segurança do Estado e as Forças Armadas ocupam desde ontem à tarde (22) a comunidade da Rocinha. Homens da Polícia do Exército, dos Fuzileiros com o uso de tanques, com um efetivo de 950 militares estão distribuídos nos principais acessos à comunidade e também na área de mata fechada.
Tropas de elite do Exército foram deixadas de helicóptero na mata e técnicos em comunicação montaram estações de rádio para comunicação. Homens do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) e do Batalhão de Choque com auxílio de cães farejadores do Batalhão de Ação com Cães fazem uma varredura na mata, para onde os traficantes teriam fugido.
Outra região
Na favela Dona Marta, em Botafogo, também zona sul do Rio, também houve troca de tiros durante a madrugada. Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade faziam um patrulhamento de rotina e quando passavam por uma região onde estava sendo realizado um baile funk foram atacados a tiros. Os policiais revidaram e os criminosos fugiram. Ninguém ficou ferido.
Da Veja (com Agência Brasil)