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© Rennan Oliveira/Secom

Limpurb estuda expansão da reciclagem após vistoria técnica em aterro sanitário

Município avalia novas parcerias para reaproveitamento de resíduos e fortalecimento da economia circular

O diretor-geral da Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb), Felipe Wellaton, realizou na tarde desta terça-feira (14) uma visita técnica ao Ecoparque Pantanal, localizado na Estrada dos Couros, na região do Cinturão Verde. O espaço é destinado à disposição final dos resíduos sólidos urbanos coletados rotineiramente em Cuiabá.

Alto volume de resíduos e controle automatizado

O Ecoparque Pantanal recebe, em média, entre 16 mil e 17 mil toneladas de resíduos por mês. Esse volume é transportado diariamente por cerca de 120 caminhões coletores, com todo o processo de descarte monitorado desde a entrada dos veículos. A pesagem é feita por meio de uma balança automatizada e certificada pelo Inmetro, o que assegura rigor no controle e rastreabilidade dos materiais descartados.

Reaproveitamento como estratégia fiscal e ambiental

Durante a inspeção, Wellaton defendeu a necessidade de reestruturação da política de gestão de resíduos em Cuiabá, com ênfase na sustentabilidade e no uso racional de recursos públicos. “Hoje pagamos não só pela coleta, mas também pela destinação dos resíduos. Nosso desafio é desviar o máximo de material para a cadeia da reciclagem e do reaproveitamento, latinhas, papelão e, principalmente, a fração orgânica, que corresponde a mais de 50% do volume total. Quanto menos toneladas chegarem ao aterro, mais economizamos e mais podemos investir em praças, parques e infraestrutura urbana”, afirmou.

Economia solidária e inclusão social

Além da eficiência fiscal, Wellaton destacou o papel social da reciclagem, ao defender a participação ativa de catadores e cooperativas no processo. “Cada quilo de papelão e cada lata de alumínio desviados representam receita que retorna para a população mais vulnerável. É uma forma de inclusão social e de eficiência na gestão pública”, observou.

Compostagem como alternativa para o lixo orgânico

Segundo a Limpurb, está em estudo a implantação de unidades de compostagem em parceria com outras instituições. A iniciativa pretende transformar restos de alimentos e resíduos vegetais em adubo, reduzindo a produção de chorume e a liberação de gases de efeito estufa no aterro sanitário.

“O orgânico hoje é mais da metade do nosso resíduo. Se destinarmos tudo para compostagem, vamos reduzir drasticamente o volume de chorume e emissão de gases no aterro, além de economizar no custo de disposição final. É um investimento que traz retorno ambiental e financeiro”, acrescentou Wellaton.

Tecnologia e segurança ambiental no Ecoparque

A estrutura do Ecoparque Pantanal foi concebida com base em soluções de engenharia ambiental, que garantem segurança no acondicionamento dos resíduos e minimizam riscos de contaminação do solo e das águas subterrâneas. A decomposição da matéria orgânica, por exemplo, gera gás metano, que pode ser convertido em energia elétrica ou gás natural. Já o chorume passa por um processo de osmose reversa e é transformado em água de reuso.

O local é administrado pela Orizon Valorização de Resíduos, empresa terceirizada responsável pela operação técnica do aterro sanitário.

( Com Alessandra Marques | Secom/Cuiabá )