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Imagem de microscopia eletrônica revela um grupo de partículas do HMPV, o metapneumovírus humano. — Foto: Schildgen V, van den Hoogen B, Fouchier R, Tripp RA, Alvarez R, Manoha C, Williams J, Schildgen O, 2011.Human Metapneumovirus: Lessons Learned over the First Decade. Clin Microbiol Rev 24:.https://doi.org/10.1128/cmr.00015-11

HMPV: o que é o vírus respiratório que tem causado preocupação na China

Metapneumovírus humano não é uma ameaça emergente, mas gera atenção devido ao aumento sazonal de casos

O metapneumovírus humano (HMPV), descoberto em 2001 na Holanda, é um vírus respiratório relacionado ao vírus sincicial respiratório (VSR). Ambos são conhecidos por causar infecções respiratórias, mas o HMPV, em geral, provoca apenas sintomas leves, semelhantes aos de um resfriado comum.

Embora possa levar a quadros graves, isso ocorre principalmente em grupos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com imunidade comprometida.

Contexto atual na China

O aumento nos casos de HMPV na China no início deste ano despertou preocupações. Entretanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que não há indícios de surtos atípicos ou de sobrecarga no sistema de saúde do país.

Assim como outros vírus respiratórios, o HMPV apresenta picos sazonais, especialmente em períodos de maior concentração de pessoas em ambientes fechados, e não há motivo para alarme.

“Para nós, o metapneumovírus humano nunca foi uma causa significativa de síndrome respiratória aguda grave, e continua não sendo. Já o VSR tem maior importância epidemiológica”, explicou Luana Araújo, médica infectologista e mestre em Saúde Pública pela Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health.

O que é o HMPV?

O HMPV é um vírus respiratório semelhante ao VSR, conhecido por causar doenças mais graves em crianças pequenas e idosos. Ambos os vírus apresentam picos sazonais e têm comportamento epidemiológico previsível.

Na China, a densidade populacional amplifica os números absolutos de casos, como destaca a infectologista Luana Araújo:

“Devido à grande densidade populacional do país, qualquer aumento nesses casos gera números absolutos significativos, o que pode resultar em mais pessoas contaminadas e, eventualmente, em casos mais graves.”

Existe risco de disseminação global?

O HMPV já circula em diversas partes do mundo, incluindo o Brasil, onde foi identificado pela primeira vez em 2004. Apesar disso, a maneira como os países monitoram e divulgam dados sobre o vírus varia.

A bióloga Mel Markoski, professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), esclarece:

“É um vírus bastante comum, que já circula no Brasil há muitos anos.”

Como ocorre a transmissão?

O HMPV é transmitido principalmente por gotículas respiratórias, como saliva ou secreções, de maneira semelhante a outros vírus da mesma família, incluindo os causadores de sarampo, caxumba e gripe.

Quais são os sintomas?

Os sintomas mais comuns do HMPV incluem:

  • Tosse;
  • Febre;
  • Congestão nasal;
  • Dificuldade para respirar.

Em casos mais graves, podem surgir complicações como bronquiolite ou pneumonia, especialmente em:

  • Crianças pequenas;
  • Idosos;
  • Pessoas com imunidade enfraquecida.

Melissa Palmieri, vice-presidente da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Imunizações, explica que períodos de frio aumentam a propagação de vírus respiratórios:

“Quando o tempo esfria e as pessoas se concentram mais, há uma maior disseminação desses vírus respiratórios. Isso tem sido observado na China.”

Existe vacina ou tratamento específico?

Atualmente, não há vacinas ou antivirais aprovados para tratar o HMPV. O tratamento é de suporte, com foco em aliviar os sintomas e auxiliar o corpo na recuperação.

As principais medidas de prevenção incluem:

  • Lavar as mãos com frequência;
  • Cobrir a boca ao tossir ou espirrar;
  • Isolar pessoas doentes;
  • Usar máscara ao interagir com grupos vulneráveis.

Monitoramento global

A OMS segue acompanhando a circulação do HMPV e destacou que o aumento sazonal é esperado. No Brasil, o Ministério da Saúde mantém vigilância ativa sobre o vírus.

 

Da Redação/Daynews/G1