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Greve : Secretário diz que prefeitura está aberta a negociar com profissionais da Saúde

“Não existe nada a ser feito pelo gestor a se não cumprir a ordem judicial. Hoje em Cuiabá não existe greve de medico. Qualquer paralisação é descumprimento de ordem judicial. Isso significa que todas as policlínicas e o Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá têm que estar operando  100%”, disse o secretário de Saúde de Cuiabá, Ary Soares de Souza Junior, durante entrevista coletiva a imprensa, no Salão Nobre da Prefeitura de Cuiabá na tarde desta segunda-feira (07). O secretário reuniu a imprensa para falar sobre as duas greves decretadas pelos sindicatos dos enfermeiros e médicos e a situação dos hospitais filantrópicos da capital.

Acompanhado do procurador geral do Município, Rogério Gallo e do vereador Domingos Sávio, líder do prefeito na Câmara, o secretário afirmou que a Secretaria de Saúde irá tomar todas as medidas legais cabíveis,  como por exemplo o corte de ponto daqueles que faltarem ao serviço e solicitar a execução da multa estipulada pela Justiça, que é de R$ 50 mil por dia parado.

Durante a coletiva, o secretário Ary Soares falou também sobre as negociações com o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado de Mato Grosso (Sinpen/MT), com quem o município tem uma reunião já agendada. A ultima decisão judicial estabelece um novo prazo para que o município encaminhe a proposta do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), à Câmara Municipal, ao invés dos 90 estipulados anteriormente, caso contrário  haverá impedimentos estabelecidos na Lei Eleitoral.

Sobre a acusação dos sindicalistas de que a Prefeitura e a SMS de Cuiabá estariam se recusando a negociar, Ary Soares disse que em  nenhum momento houve qualquer recusa nesse sentido.  “Isso sempre foi muito claro desde que eu entrei na Secretaria de Saúde e tem sido muito claro na gestão do Prefeito Mauro Mendes. Nos estamos sempre dispostos a conversar para ver com clareza os problemas e conjuntamente achar uma alternativa e uma solução”.  Para o secretário, infelizmente, em algumas categorias, existe a prática de primeiro chamar o indicativo de greve e depois sentar à mesa para negociar.

Ary Soares foi enfático ao lembrar que o movimento de greve ou o seu indicativo traz para a população um prejuízo gigantesco. “Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Morada do Ouro, por dia, são atendidos cerca de 350 pacientes. Com a perspectiva da greve,  num dia, foram atendidos 50 pacientes.  A população é tremendamente penalizada, o que me coloca a questionar qual a real motivação desses movimentos”.

Em relação aos hospitais filantrópicos, Ary Soares explicou que não há atrasos nos repasses. “Os hospitais filantrópicos não cumpriram o que determina a Portaria 257/2015 que – que orienta a transferência de recursos aos hospitais contratualizados, do Fundo Estadual para o Fundo Municipal de Saúde -, ou seja, o cumprimento dos compromissos e serviços elencados  requisitadas pela portaria do governo do Estado. Dessa forma, a primeira parcela foi repassada e as outras duas estão consignadas ao cumprimento desses compromissos. As parcelas restantes só serão repassadas se o estado autorizar o repasse sem as contrapartias, ou a portaria for revogada”, explicou o secretário.

O procurador geral do Município, Rogério Gallo, fez um resumo dos procedimentos relacionados às duas greves e alertou que em relação à emergência e urgências, serviços médicos ou de enfermagem, não há que se falar em greve. “Não temos como estipular um percentual para Unidades de Terapia Intensiva, por exemplo”, disse ele.

Por Marisa Barbant

Foto Marcos Vergueiro