Governador exonera PM que diz ter atuado em central de escuta clandestina em MT
Sargento Andrea Pereira de Moura Cardoso foi exonerada do cargo de agente de proteção de dignatários da Casa Militar. Pelo menos 100 pessoas foram monitoradas de forma clandestina pela PM.
A 3º sargento Andrea Pereira de Moura Cardoso, que disse ter atuado numa central de escuta telefônica clandestina da Polícia Militar a mando do ex-comandante da corporação, coronel Zaqueu Barbosa, foi exonerada da Casa Militar de Mato Grosso pelo governador Pedro Taques (PSDB). Porém, continuam lotados no órgão público os outros dois PMs que também tinham acesso aos grampos. Um deles, o cabo Gerson Correa Junior, foi quem fez os pedidos para inclusão de telefones à Justiça.
Tanto Gerson quanto Zaqueu Barbosa estão presos preventivamente desde o dia 23 de maio por suspeita de envolvimento no esquema de escutas telefônicas. Pelo menos 100 pessoas foram monitoradas de forma clandestina pela PM entre outubro de 2014 e agosto de 2015.
Os telefones delas foram inseridos numa suposta investigação do Núcleo de Inteligência da Polícia Militar sobre tráfico de drogas envolvendo membros da corporação.
A exoneração da sargento do cargo de agente de proteção de dignatários da Casa Militar foi publicada no Diário Oficial do Estado dessa segunda-feira (12), com data retroativa a 30 de maio.
A sargento disse que a central de escutas telefônicas funcionou inicialmente num prédio no centro da cidade, perto do Museu do Morro da Caixa D’água Velha. Lá, ela trabalhou no monitoramento das conversas com o cabo Gerson e com o PM Cleyton Rosa de Barros, atualmente também lotado na Casa Militar. Depois, Andrea disse que essa central parou de funcionar no prédio e ela começou a trabalhar de casa.
A sargento nega ter ouvido pessoas que não eram investigadas e entregou à Corregedoria da PM o computador pessoal.
O esquema de grampos operado pela Polícia Militar veio à tona no dia 14 deste mês, com uma reportagem do Fantástico.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apura se o governador Pedro Taques (PSDB) tinha conhecimento do caso e de quem partiu a ordem para os grampos. Ele nega qualquer envolvimento com o esquema.