Fugir do Carnaval : Do Pantanal ao Araguaia, Mato Grosso oferece opções de turismo em todas as regiões
Único estado brasileiro composto por três biomas -Pantanal, Cerrado e Amazônia – opções não faltam em todas as regiões de Mato Grosso para quem deseja conhecer os inúmeros atrativos turísticos do Estado e aproveitar o descanso no feriado de Carnaval com uma experiência única.
Começando por Cuiabá, as atividades vão desde a contemplação da fauna e flora, no Pantanal; passando pelos esportes radicais como rafting e rapel no município de Jaciara até o misticismo e as belas praias de água doce da região do Vale do Araguaia.
Cuiabá
Localizada no centro da América do Sul, é a porta de entrada para quem deseja conhecer todas as belezas de Mato Grosso. Com quase 300 anos de existência, Cuiabá aflora como uma das capitais mais efervescentes do país, uma combinação de história, modernidade, vida cultural, sabores, diversão e negócios. São igrejas e templos religiosos, museus, praças, monumentos e comunidades tradicionais, tudo isso aliado a uma gastronomia ímpar, rica em peixes e iguarias regionais, e o agito da vida noturna.
Cerrado
Segundo maior bioma da América do Sul, o Cerrado é berço de rios de corredeiras, cachoeiras excelentes para a prática de esportes radicais, árvores, montanhas e fauna e flora de beleza única. Na região, podemos destacar Chapada dos Guimarães, Jaciara e Nobres. Destinos certos para quem deseja cenários paradisíacos, que inspiram a contemplação da natureza.
Chapada dos Guimarães
Palco de uma paisagem fantástica e muito misticismo, Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá) possui vários atrativos turísticos como cachoeiras, cavernas e grutas. Só de paredões são 157 km, como os da Cidade de Pedra, um local com desníveis de até 350 metros com formações rochosas esculpidas pelo vento e pela chuva e que lembram ruínas de uma cidade. Do alto se vê uma bela paisagem habitada por aves como a arara vermelha e, em baixo, o vale onde nascemo rio Mutuca e o rio Claro.
Dentro do Parque Nacional, um destaque é o Circuito das Cachoeiras. São sete cachoeiras que podem ser contempladas nesta trilha, como a cachoeira das Andorinhas. O principal cartão-postal é a cachoeira Véu de Noiva, que cai de uma altura de 86 metros, enquadrada por paredões.
Nobres
Na cidade a 150 km de Cuiabá, os visitantes podem nadar ao lado de piaus, pacus, peraputangas, dourados e outras dezenas de espécies de peixes, além de arraias. A paisagem embaixo da água dá a sensação de se estar dentro de um aquário natural desenhado à mão.
Além de flutuações em diversos rios e lagoas, a bela cachoeira da Serra Azul é um cenário à parte com sua queda d`água de cerca de 45 metros formando uma lindíssima lagoa de tom azulado. Tirolesas de 150 a 600 metros e descidas com boias por rios que passam por dentro de tuneis e cavernas também fazem parte do roteiro. E para finalizar o dia, há o belo pôr do sol na Lagoa das Araras, onde milhares de pássaros pousam ao entardecer para pernoitarem.
Jaciara
A 140 km de Cuiabá, é conhecida como a capital mato-grossense dos esportes radicais. O rio Tenente Amaral oferece opções que vão desde o rafting e canoagem, para os menos aventureiros, ao cachoeirismo ou rapel e o highline, para aqueles que gostam de um pouco mais de emoção. O percurso do rio é bastante complexo com algumas quedas d`água que chegam a três metros para a descida nos botes infláveis.
De acordo com o instrutor, Rafael Martins Sonsin, da agência Nativão, o rafting não tem nenhuma contraindicação. “Qualquer pessoa pode praticar, independente da idade”, destaca.
Para os mais corajosos, o highline é uma modalidade que começa a ganhar adeptos. Ele tem sido praticado na cachoeira da Fumaça, em um cânion de aproximadamente 45 metros de altura. A modalidade vem sendo praticada há pouco tempo no Estado e já recebe esportistas de várias partes do país em busca de adrenalina. Esse esporte é uma das modalidades do slackline e consiste basicamente em equilibrar-se em uma fita ancorada a mais de 10 metros de altura entre formações rochosas, cânions e prédios.
Pantanal
Maior área alegável do planeta, não há palavra que melhor exemplifique o Pantanal do que diversidade. São cerca de 650 espécies de aves, entre elas a espetacular arara azul, o tuiuiú (símbolo do Pantanal), e a garça-branca; mais de 260 de peixes, 1.100 de borboletas e 80 de mamíferos, sendo a onça-pintada a maior delas (pode atingir 1,2 metro de comprimento, 85 centímetros de altura e pesar até 150 kg).
Saindo de Cuiabá, o município de Poconé (100 km da capital) é a porta de entrada do Pantanal Norte e fica na confluência dos rios Cuiabá e Paraguai. Ao longo dos 147 quilômetros de extensão da Transpantaneira (MT-060), que liga Poconé até a localidade de Porto Jofre, o visitante encontra uma infinidade de pousadas e hotéis e ângulos privilegiados para observar a fauna e a flora locais.
Mas outros municípios como Cáceres (220 km de Cuiabá), Barão de Melgaço (110 km de Cuiabá) e Santo Antônio de Leverger (30 km de Cuiabá) também são boas opções. Em Cáceres, os amantes da pesca podem alugar barco e descer o rio Paraguai, passando dias e noites pescando ou apenas apreciando a paisagem.
Proprietário da Pousada Piuval, localizada no início da Transpantaneira, Eduardo Campos comenta que as opções de passeio são variadas, como o safári fotográfico, passeios de barco, a cavalo, bicicleta e tratrem (um trator que puxa uma carreta em formato de um trenzinho), pesca, observação de pássaros, borboletas e animais, entre muitas outras.
“Cada época do ano tem o seu encanto no Pantanal, mas seja na época da cheia ou da seca, o turista encontra uma infinidade de passeios que com certeza farão a visita inesquecível”, comenta Campos.
Tão inesquecível que quem já visitou o Pantanal facilmente volta outras vezes. É o caso da turista italiana Nádia Morozzo, que visita o Pantanal pela terceira vez. Segundo ela, o que mais a encanta na região são os animais vivendo livres na natureza. “É belíssimo. Poder ver os animais em meio a natureza é algo único e espetacular, a cada vez que venho, me encanto mais”.
Araguaia
A região conta com belas praias, aldeias indígenas, grutas e cachoeiras e abriga a maior ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal. O rio Araguaia oferece praias de areia fina e branca. A região é conhecida também por seu misticismo, lendas e mistérios que atraem pesquisadores esotéricos e ufólogos do mundo inteiro.
Vale do Aragauaia
Berço dos índios xavantes e boróros, são 34 municípios que compõem a região turística do Vale do Araguaia, com belas praias de areia branca e águas calmas e cristalinas, espalhadas por Barra do Garças, Cocalinho, São Félix do Araguaia, Luciara e Santa Terezinha, entre outros.
Barra do Garças
A 510 km de Cuiabá, a cidade é um dos principais polos turísticos do Vale do Araguaia, juntamente com a vizinha Aragarças, no estado de Goiás. As praias formadas no rio Araguaia, que separa as duas cidades, têm seu ponto alto durante a temporada de praia que acontece todos os anos no mês de julho, mas são uma boa pedida o ano inteiro.
A Serra do Roncador também é ponto turístico da cidade. Com diversas comunidades esotéricas, ela é conhecida como santuário místico no mundo inteiro.
Outro atrativo da região é o Parque Estadual da Serra Azul, que em dezembro teve dois atrativos reabertos pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema): duas rampas de voo livre e visitação monitorada ao parque para instituições de ensino. A proposta para o ano que vem é gradativamente dar acesso a novos pontos de visitação, mediante elaboração e execução de projetos que ofereçam melhor estrutura de segurança aos visitantes.
Amazônia
A maior parte do Norte de Mato Grosso é coberta pela vasta e exuberante Floresta Amazônica. O maior bioma do Brasil conta com 2.500 espécies de árvores e 30 mil espécies de plantas. A densa floresta chega a ter árvores com 50 metros de altura e grandes rios em áreas de preservação como o Parque Estadual do Cristalino e o Parque Nacional do Xingu, reserva de diversas etnias indígenas.
O Parque Estadual do Cristalino está localizado na divisa com o Pará, entre os municípios de Alta Floresta e Novo Mundo e conta com pousadas e hotéis que oferecem a experiência de ficar hospedado no meio da floresta.
Alta Floresta
Banhada pelo rio Teles Pires, é um dos principais pontos de pesca esportiva no estado, atraindo amantes da pesca de todo o Brasil e de outros países. Internacionalmente reconhecida pela riqueza da fauna e da flora amazônica, bem como da diversidade de aves, atraia ecoturistas, pesquisadores e adeptos de birdwatching (observação de aves). Dentre as 1.600 espécies de aves brasileiras, cerca de 600 encontram-se nesta região.
Maíza Prioli | Sedec-MT
Fotos:
Capa: www.1.folha.uol.com.br
Internas: José Medeiros – Divulgação GCom/MT