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Ex-assessor de Temer entregou mala com R$ 35 mil a menos

Defesa do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) entregou à Polícia Federal a mala que deveria estar com 500 mil reais — PF contou ‘só’ R$ 465 mil

Deputado afastado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), o peemedebista Rodrigo Rocha Loures foi protagonista de uma das cenas mais pitorescas da Operação Patmos da Polícia Federal. Ele foi filmado correndo com uma mala de dinheiro recheada com 500.000 reais em propinas providenciadas pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS. Na noite desta segunda-feira, a defesa de Rocha Loures devolveu a sacola aos policiais federais, mas, conforme documento da PF, na mala de dinheiro devolvida às 21h20 havia 9.300 cédulas de 50 reais, o que totaliza 465.000 reais. Trinta e cinco mil reais simplesmente sumiram.

Segundo as apurações da Procuradoria-Geral da República (PGR), a quantia representava a primeira parcela da propina a ser paga pela JBS em troca da solução de problemas no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Homem de confiança de Temer, Loures teria sido indicado pelo peemedebista para resolver as pendências da empresa.

Em ações monitoradas pela PF, o deputado foi gravado tratando da propina com dirigentes da JBS e depois recebendo o dinheiro numa pizzaria de São Paulo no dia 24 de abril. Nas imagens, ele aparece saindo do restaurante às pressas arrastando a mala de rodinhas e a colocando no porta-malas de um táxi — ele havia entrado no estabelecimento de mãos vazias.

Rocha Loures teve a prisão pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte, negou a detenção, mas determinou outras medidas cautelares, como o afastamento do posto e a proibição de sair do país ou contatar outro investigado. A PGR recorreu pedindo que o ministro reconsidere a decisão.

Por Veja