• Home
  • Mundo
  • Em 79º lugar, Brasil estaciona no ranking de desenvolvimento humano da ONU

Em 79º lugar, Brasil estaciona no ranking de desenvolvimento humano da ONU

País registrava crescimento do IDH desde 2010, mas manteve mesmo patamar entre 2014 e 2015. Nações Unidas divulgaram nesta terça ranking de desenvolvimento com 188 países.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou nesta terça-feira (21) o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), e o Brasil se manteve no 79º lugar no ranking que abrange 188 países, do mais ao menos desenvolvido. O relatório foi elaborado em 2016 e tem como base os dados de 2015.

O IDH é um índice medido anualmente pela ONU e utiliza indicadores de renda, saúde e educação (entenda a metodologia ao final desta reportagem).

O ranking mundial de desenvolvimento humano dos países apresenta o índice de cada nação, que varia de 0 a 1 – quanto mais próximo de um, mais desenvolvido é o país. No RDH divulgado nesta terça, o Brasil registrou IDH de 0,754, mesmo índice que havia sido registrado em 2014.

Conforme o relatório da Pnud, esta foi a primeira vez desde 2010 que o IDH do Brasil se manteve no mesmo patamar:

A evolução do IDH do Brasil de 2010 a 2015, segundo as Nações Unidas (Foto: Arte/G1)

A ONU divide os países entre os que têm o desenvolvimento humano “muito alto”, “alto”, “médio” e “baixo”.

Veja na imagem abaixo quais países ocupam os primeiros lugares no ranking mundial de IDH; os que estão próximos à faixa do Brasil; e os que ocupam os últimos lugares no ranking (na sequência, saiba mais sobre o IDH dos países vizinhos; e os índices do Brasil para educação e desigualdade):

Ranking mundial de desenvolvimento humano, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Foto: Arte/G1)

Ranking mundial de desenvolvimento humano, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Foto: Arte/G1)

América Latina

O Chile, por exemplo, ficou em 38º lugar, com IDH 0,847; a Argentina, em 45º lugar (IDH 0,827); o Uruguai, em 54º lugar (IDH 0,795); e a Venezuela, em 71º lugar (IDH 0,767).

No Mercosul, o único abaixo do Brasil no ranking é o Paraguai, no 110º lugar (IDH 0,693). O país se enquadra naqueles com desenvolvimento humano “médio”, segundo a ONU. Outros países vizinhos, como Equador (IDH 0,739) e Colômbia (IDH 0,727), ficaram nas posições 89 e 95, respectivamente.

Na América Central, também há países melhores classificados do que o Brasil. Cuba, por exemplo, está no 68º lugar (IDH 0,775); Trinidad e Tobago, no 65º lugar (IDH 0,780); e Barbados, na 54ª posição (IDH 0,795).

Brics

Entre os Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o país está atrás somente da Rússia, no 49º lugar (IDH 0,804).

Na sequência, entre os países do grupo, aparecem China, no 90º lugar (IDH 0,738, excluída Hong Kong); África do Sul, na 119ª posição (IDH 0,666); e Índia, no 131º lugar (IDH 0,624).

Desigualdade

Ao elaborar o Relatório de Desenvolvimento Humano, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento também divulga o “IDH ajustado à desiguldade”.

Nem todos os países têm esse índice medido pela ONU. No caso do Brasil, o Pnud afirma que, se for levado em conta o “IDH ajustado à desigualdade”, o índice de desenvolvimento humano do país cairia de 0,754 para 0,561 e o Brasil cairia 19 posições no ranking mundial. Países vizinhos como Argentina e Uruguai também perderiam posições, 6 e 7, respectivamente.

Entre os 20 primeiros países do ranking, classificados entre as nações com desenvolvimento humano “muito alto”, somente Países Baixos, Islândia, Suécia e Luxemburgo ganhariam posições, se levada em conta a desigualdade social. Estados Unidos, Dinamarca e Israel, por exemplo, cairiam.

Escolaridade e expectativa de vida

Um dos itens que compõem o IDH é a expectativa de anos de estudo dos cidadãos. De 2010 a 2013, esse número subiu de 14 anos para 15,2 anos, mas, desde então, não aumentou, se mantendo o mesmo em 2014 e em 2015.

A média de anos de estudo, por outro lado, manteve neste ano a trajetória de crescimento que vem sendo registrada desde 2010. Naquele ano, eram 6,9 anos. O número, então, subiu para 7,2 anos em 2012 e para 7,7 anos em 2014, por exemplo, chegando a 7,8 anos em 2015. A média brasileira, porém, está abaixo das registradas no Mercosul e nos Brics.

Outro idem levado em conta na composição do IDH é a expectativa de vida ao nascer. Segundo o relatório divulgado nesta terça, a expectativa dos brasileiros manteve a trajetória de crescimento dos últimos. De 2014 para 2015, o índice subiu de 74,5 anos para 74,7 anos.

Desde 2010, o número tem subido. Naquele ano, eram 73,3 anos, depois, em 2011, passou para 73,6 anos; 73,9 anos (2012); e 74,2 anos (2013).

Metodologia

De acordo com a ONU, o Índice de Desenvolvimento Humano leva em cosideração três fatores:

  • Saúde (expectativa de vida);
  • Conhecimento (média de anos de estudo e os anos esperados de escolaridade);
  • Padrão de vida (renda nacional bruta per capita).

Para formular o IDH, o Pnud informou que não coleta dados com os países analisados, mas, sim, checa bases de dados internacionais, como da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

De acordo com as Nações Unidas, é comum, após a divulgação do IDH, países reivindicarem melhores avaliações conforme dados próprios, contrariando o “princípio de independência” que o Pnud defende para o ranking mundial.

O IDH divulgado nesta terça foi elaborado em 2016 com base nos dados de 2015. O relatório do Pnud abrange 188 posições (no caso da China, o IDH de Hong Kong é divulgado em separado).

Segundo a ONU, o índice foi criado como uma forma de se contrapor ao critério de desenvolvimento de um país tendo como base somente o resultado de crescimento econômico, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB).

O organismo internacional diz que outros critérios, como acesso à educação e expectativa de vida, também devem ser usados para medir o desenvolvimento de um país. As informações são do G1.