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Deslizamento de terra na Colômbia deixa mais de cem pessoas mortas

Bogotá, Colômbia – A Colômbia estava comovida neste sábado com as mais de 110 vítimas fatais de um deslizamento de terra no município de Mocoa, sul do país, onde habitantes e autoridades viam uma situação “dramática” após a cheia de vários rios nos últimos dias. “Acabam de me relatar que são 112 as pessoas falecidas, não sabemos quantas serão, continuamos buscando”, disse o presidente Juan Manuel Santos a jornalistas em sua chegada à capital do departamento de Puntamayo.
Segundo o diretor-geral de Emergências da Cruz Vermelha colombiana, César Urueña, há 188 feridos, 22 deles com traumatismo craniencefálico severo, e cerca de 200 pessoas estão desaparecidas. “Os números [de mortos e feridos] estão subindo enormemente, e a uma velocidade impressionante”, afirmou à AFP Urueña, que sustentou que a emergência é de “grande dimensão”.
A emergência começou perto das 23H30 locais de sexta-feira (01H30 de Brasília de sábado), pelo transbordamento dos rios Mocoa, Mulato e Sangoyaco. “À noite, choveu 130 milímetros, comumente em um mês aqui chove 400 milímetros. O que quer dizer isso, que 30% da chuva de um mês ocorreu nesta noite, e isso precipitou uma crescente cheia de vários rios […] e isso causou uma avalanche”, declarou Santos.
O afluente do rio se misturou com a terra e “materiais” das ruas, como resíduos e lixo, e provocou o desastre, apontou Urueña. “É uma tragédia sem precedentes, [há] centenas de famílias que ainda não encontramos, bairros desaparecidos”, disse a governadora de Puntamayo, Sorrel Aroca, à W Radio.
As águas carregaram diversas casas, postes de eletricidade, veículos, árvores, e destruíram pelo menos duas pontes, acrescentou o Exército, cujos soldados apoiam os trabalhos de resgate e socorro. Segundo a Unidade Nacional para a Gestão do Risco de Desastres (UNGRD), há 300 famílias afetadas. “A situação de Mocoa é dramática. Invocamos a solidariedade de toda a Colômbia”, publicou no Twitter o vice-ministro do Interior, Guillermo Rivera.
‘As pessoas não sabem o que fazer’
Mocoa, um município de 40.000 habitantes, estava sem energia elétrica e água. As imagens são impactantes: ruas cobertas de terra, soldados carregando crianças, veículos destruídos e lixo nas ruas. “Há muita gente nas ruas, muita gente prejudicada, muitas casas destruídas”, descreveu à AFP Hernando Rodríguez, um aposentado de 69 anos residente em Mocoa, contactado por telefone.
Segundo Rodríguez, “as pessoas não sabem o que fazer”, porque “não havia preparação” para uma catástrofe assim. “Apenas não estamos nos dando conta do que aconteceu”, acrescentou.
Uma sala de crise com autoridades locais e outras 150 pessoas, entre soldados, policiais e membros de organismos de socorro, trabalha na busca de desaparecidos e na remoção do material, apontou à AFP Carlos Iván Márquez, diretor da UNGRD.
A entidade indicou em um comunicado que estão mobilizando para o local mais de sete toneladas de equipamentos para o fornecimento de água, eletricidade e atendimento pré-hospitalar. Santos chegou a Mocoa acompanhado pelos ministros de Defesa, Saúde, Meio Ambiente, o comandante das forças militares, o diretor da Polícia e diretores de organismos de socorro, entre outros.
As informações são do Correio Braziliense.