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*ARQUIVO* 18.09.2018 - Lucas Moura em lance durante a partida entre Tottenham e Milão pela primeira dase da Liga dos Campeões. (Foto. Spada/LaPresse/DiaEsportivo/Folhapress)

Decisivo e no auge físico, Lucas surge em briga por vagas na Copa América

Desde que Tite assumiu o Brasil, em 2016, Lucas Moura figurou pouco em seus planos. Foram apenas 46 minutos em campo diante da Arábia Saudita, em outubro do ano passado, em uma convocação que só aconteceu pelo corte do gremista Everton. Os três gols na vitória por 3 a 2 sobre o Ajax, nesta quarta (8), e a histórica classificação do Tottenham para a final da Liga dos Campeões podem mudar esse cenário. A ascensão do atacante vem em um momento no qual o setor ofensivo da seleção brasileira, normalmente bastante concorrido, passa por problemas de lesão e disciplina.
Embora tenha tido poucas oportunidades, Lucas sempre esteve no radar da comissão técnica da seleção brasileira no pós-Copa, sendo parte de uma lista longa de mais 40 nomes frequentemente monitorados. Se por um lado, Tite é fiel às suas convicções e ao histórico de testes e trabalho realizado, por outro, costuma valorizar jogadores que crescem e decidem em momentos importantes. Pessoas que conversam frequentemente com o treinador afirmam que a atuação de Lucas em Amsterdã é exatamente o tipo de partida capaz de conquistar o comandante da seleção brasileira.
Não é preciso ir longe para encontrar um exemplo. Foi assim quando David Neres brilhou na goleada por 4 a 1 do Ajax sobre o Real Madrid, no dia 5 de março. A convocação veio pouco depois, e uma ótima atuação com a camisa amarela diante da República Tcheca no dia 23 colocou o atacante no pelotão de frente da briga por uma vaga na Copa América.
Neres, aliás, foi o principal motivo da presença do auxiliar de Tite, Cléber Xavier, na Johan Cruyff Arena na tarde desta quarta -apesar de menos badalado, Lucas também era pauta de observação. O atacante do Ajax, entretanto, foi cortado do confronto com um estiramento na coxa, deixando o caminho livre para a atuação espetacular do adversário do Tottenham.
A lesão de Neres é um dos fatores que tornam o momento da ascensão de Lucas estratégico -um estiramento na coxa costuma ter prazo de recuperação de pelo menos duas semanas. Vinicius Júnior, outro concorrente, voltou aos gramados no último domingo (5), após dois meses afastado por lesão. Neymar, principal jogador da seleção, também sofreu com lesões nesse semestre, e ainda terá uma conversa com a comissão técnica depois de ter agredido um torcedor do Rennes após perder a final da Copa da França com o PSG.
Podem ainda pesar a favor de Lucas outras situações, como a lesão de Roberto Firmino e a má fase enfrentada por Philippe Coutinho no Barcelona. Douglas Costa está bem fisicamente, mas tem histórico de propensão a lesões.
Em meio a questões físicas e o problema disciplinar de Neymar, o atacante do Tottenham tem a seu favor o histórico nos dois quesitos. Em final de temporada, chamou a atenção pela força e potência física ao arrancar para marcar o segundo gol diante do Ajax. Ao longo da carreira, não se envolveu em problemas de disciplina, mantendo o profissionalismo mesmo quando teve poucas oportunidades no PSG.
A convocação da seleção para a Copa América acontece no próximo dia 17 de maio -serão anunciados 23 nomes de uma lista de 40 a ser enviada para a Conmebol.

 

 

Com informações de Bruno Grossi e Pedro Lopes – Da Folhapress