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Selic pode aumentar na próxima reunião do Copom José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

Como a Selic afeta sua dívida de R$ 100 e quem recebe os juros pagos?

Atualmente fixada em 13,25% ao ano, a taxa básica de juros, a Selic, tem impacto direto na economia, influenciando financiamentos, cartões de crédito e investimentos.

Desde setembro de 2024, a taxa vem sofrendo elevações e, conforme projeções do mercado, pode subir novamente na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para março.

Mas você sabe como essa taxa interfere no custo das dívidas e para onde vai o dinheiro pago em juros? A seguir, entenda os impactos da Selic no valor de um empréstimo de R$ 100.

Para analisar essa questão, o professor e doutor em economia da Universidade Mackenzie, Hugo Garbe, ajudou a traçar dois cenários: um com a Selic em 12,25% ao ano, referente à penúltima alta, e outro com a taxa atual de 13,25%.

Destino do dinheiro dos juros

Segundo Garbe, os juros pagos pelos consumidores e empresas são direcionados a quem concedeu o empréstimo.

“No caso de empréstimos bancários, o valor vai para os bancos e instituições financeiras. Se o governo capta recursos por meio de títulos públicos, os juros pagos são direcionados aos investidores que adquiriram esses títulos, como fundos de investimento, bancos e até pessoas físicas que investem no Tesouro Direto”, explica o economista.

Relação entre juros e inflação

A elevação da Selic é um mecanismo utilizado pelo Banco Central para encarecer o crédito. Dessa forma, financiamentos, empréstimos e compras parceladas tornam-se mais custosos, levando à redução do consumo e da demanda por produtos e serviços.

“Essa menor demanda contribui para conter os preços e, assim, a inflação tende a recuar. Contudo, essa estratégia pode ter um custo, como a desaceleração da economia e impactos no mercado de trabalho”, afirma Garbe.

A Selic pode subir na próxima reunião do Copom?

Se houver um novo aumento da taxa básica de juros, será um indício de que o Banco Central ainda enxerga riscos inflacionários. No entanto, Garbe destaca que o mercado espera uma possível redução da Selic caso a inflação apresente sinais de controle nos próximos meses.

“O problema é que, se os juros permanecerem elevados por um longo período, o impacto negativo na economia pode ser significativo, reduzindo o consumo e os investimentos produtivos”, pontua o economista.

O futuro da taxa de juros ainda é incerto e depende de variáveis como inflação, câmbio e expectativas do mercado. “O desafio é equilibrar o controle inflacionário sem comprometer excessivamente o crescimento econômico”, conclui Garbe.

(Com R7)