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Com exame tardio, laudo de vítima de estupro coletivo não aponta violência, diz TV

Tentaram me incriminar, como se eu tivesse culpa por ser estuprada”, disse vítima

Deu no Estadão

Igame Capa: Reprodução Tv/Globo

O programa “Bom Dia Rio”, da TV Globo, informou na manhã desta segunda-feira (30) que o laudo da perícia sobre o caso do estupro coletivo a uma menina de 16 anos, ocorrido na zona oeste do Rio, não apontou indícios de violência.

Segundo a reportagem, o resultado ocorreu por causa da demora da vítima em fazer o registro na polícia e o exame de corpo de delito. O exame foi realizado no dia 25 de maio, quatro dias após o crime. O laudo será divulgado na tarde de hoje pela Polícia Civil.

Desde a madrugada desta segunda-feira, a Polícia Civil realiza buscas para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra seis acusados de participar do estupro coletivo, no Morro do Barão, na Praça Seca, zona oeste do Rio de Janeiro.

A ação é coordenada pela delegada Cristiana Onorato, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), pelo diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada, Ronaldo de Oliveira.

Neste domingo (29), houve troca de delegados que cuidavam do caso. Cristiana substituiu o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegação de Repressão aos Crimes de Informação (DRCI).

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, “a medida visa evidenciar o caráter protetivo à menor vítima na condução da investigação, bem como afastar futuros questionamentos de parcialidade no trabalho”.

A mudança atende ao pedido da advogada da vítima, Eloísa Samy Santiago, que recorreu à Justiça do Rio e ao Ministério Público, com o argumento de que a adolescente foi intimidada pelo delegado durante os depoimentos prestados na última sexta-feira (27).

Em entrevista neste domingo ao “Fantástico”, da TV Globo, a adolescente declarou que está recebendo ameaças pela internet e que se sentiu desrespeitada na delegacia onde prestou dois depoimentos.

“Quando vim à delegacia, não me senti à vontade em nenhum momento. Acho que é por isso que as mulheres não fazem denúncias”, disse a adolescente. Ao explicar o que aconteceu na delegacia, a jovem afirmou: “Tentaram me incriminar, como se eu tivesse culpa por ser estuprada”.

No mesmo dia, a família decidiu dispensar a advogada Eloísa, que defendia a adolescente no caso. Ela será protegida pelo Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, em parceria com o governo federal.