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China contra-ataca: novas tarifas sobre energia dos EUA e investigação sobre o Google

Além das tarifas, China denuncia EUA na OMC e amplia lista de empresas ‘não confiáveis’

A China anunciou nesta terça-feira (6) que aplicará tarifas adicionais sobre importações de carvão, gás natural liquefeito (GNL), petróleo e maquinário agrícola dos Estados Unidos . As novas taxas, que variam entre 10% e 15% , entrarão em vigor na próxima segunda-feira, segundo o Ministério das Finanças de Pequim .

A medida é uma resposta direta às avaliações comerciais impostas recentemente por Washington , que ampliou tarifas sobre produtos chineses. O Ministério do Comércio chinês classificou a decisão norte-americana como uma violação das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e formalizou uma autorização contra os EUA no órgão.

Guerra comercial se intensifica

As tarifas anunciadas por Pequim surgem dias depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , decretar tarifas extras de 25% sobre importações do México e do Canadá e de 10% sobre produtos chineses . No entanto, após negociações, Washington suspendeu as medidas contra o México e o Canadá, mantendo apenas as avaliações externas à China.

Trump justificou as novas barreiras comerciais alegando que os três países falharam em conter o fluxo de imigração ilegal e o tráfico de drogas para os EUA . A Casa Branca tem adotado uma postura agressiva na política comercial, impondo avaliações a países e empresas estrangeiras que consideram interesses norte-americanos.

Diante do impasse, a China acionou a OMC , argumentando que as medidas de Trump são “arbitrárias e discriminatórias” , afetando o equilíbrio do comércio global.

Investigação contra o Google

Além da retaliação comercial, Pequim anunciou uma investigação contra o Google , alegando possíveis práticas anticompetitivas no mercado digital. A Administração Estatal de Regulação de Mercados da China abrirá um processo para apurar se uma empresa americana tem abusado de sua posição dominante, prejudicando concorrentes chineses que utilizam o sistema operacional Android .

A investigação pode resultar em avaliações financeiras e restrições ao Google no mercado chinês , representando um novo capítulo da disputa entre as gigantes da tecnologia dos dois países. A medida também é vista como uma resposta direta às restrições impostas pelos EUA às empresas chinesas, como Huawei e TikTok , nos últimos anos.

Empresas dos EUA na lista de ‘não confiáveis’

O governo chinês também incluiu novas empresas norte-americanas em sua lista de “entidades não confiáveis” , restringindo suas operações no país. Entre as companhias afetadas estão o grupo de moda PVH Corp (dono das marcas Tommy Hilfiger e Calvin Klein ) e o gigante da biotecnologia Illumina .

Segundo o Ministério do Comércio da China , a decisão tem o objetivo de “proteger a soberania nacional e os interesses econômicos do país” . O governo chinês acusa as empresas específicas de “violar os princípios do comércio justo e adotar medidas discriminatórias contra companhias chinesas” .

A PVH Corp já vem sendo alvo de investigações desde setembro, quando o governo chinês acusou de boicotar o algodão da região de Xinjiang . O local tem sido foco de denúncias internacionais sobre a divulgação de direitos humanos contra a minoria uigur , o que levou diversas empresas ocidentais a restringir negócios com fornecedores da região.

O impacto da nova escalada comercial

A decisão de Pequim de ampliar as avaliações contra os EUA intensifica ainda mais as críticas comerciais entre as duas maiores economias do mundo. Especialistas alertam que a guerra comercial pode impactar cadeias de suprimentos globais , afetando setores como tecnologia, energia e agronegócio.

Com a imposição de novas tarifas e investigações bilaterais, os mercados internacionais acompanham os desdobramentos do impasse, que podem resultar em novas restrições e avaliações nos próximos meses.