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Abdul Aziz diz ter perseguido o atirador com uma maquininha de cartão de crédito - AFP

Ataque a mesquitas na Nova Zelândia: as pessoas que enfrentaram e capturaram o atirador

Histórias de heroísmo vieram à tona após ataques a duas mesquitas em Christchurch, terceira maior cidade da Nova Zelândia, provocarem 50 mortes na última sexta-feira.

Um fiel diz ter enfrentado o atirador e jogado uma maquininha de cartão de crédito contra ele.

Dois policiais com armas bem menos poderosas que as usadas no ataque perseguiram e prenderam Brenton Tarrant, de 28 anos.

Ele tinha explosivos no carro e estava planejando mais ataques naquele dia, segundo a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern.

Trinta e quatro pessoas feridas nos ataques permanecem no hospital – incluindo uma menina de 4 anos, em condição grave.

Nascido no Afeganistão, Abdul Aziz, 48 anos, diz que estava dentro da mesquita Linwood, a segunda atacada, quando ouviu gritos.

Ele então pegou uma maquininha de cartão de crédito e correu na direção do atirador. Ele jogou o aparelho contra o homem no momento em que este voltava ao carro para pegar outra arma. Em seguida, tornou-se alvo de tiros e teve de se enconder entre veículos.

Aziz, que estava na mesquita com quatro de seus filhos, pegou uma arma que o atirador havia deixado para trás e puxou o gatilho, mas ela estava descarregada. Ele perseguiu o atirador quando este voltou à mesquita e voltou a enfrentá-lo dentro do edifício.

“Quando ele me viu com a espingarda, ele largou a arma e correu para seu carro. Eu o persegui”, ele disse à agência Reuters. “Ele sentou dentro do carro e…. Eu joguei a arma pela janela como se fosse uma flecha. Ele só me xingou e saiu.”

O imã interino da mesquita Linwood, Latef Alabi, disse à Associated Press que o número de mortos teria sido muito maior se Aziz não tivesse agido.

Dois policiais que estavam nas proximidades perseguiram o atirador, prensaram seu carro e o capturaram. O momento foi filmado por uma testemunha e publicado nas mídias sociais.

“(Os policiais) puseram a Nova Zelândia em primeiro lugar”, disse a primeira-ministra no sábado. Ela afirmou que eles serão reconhecidos pelo ato de bravura.

Durante o ataque à primeira mesquita, Al Noor, um vídeo mostra o fiel Naeem Rashid, de 50 anos e nascido no Paquistão, aparentemente tentando derrubar o atirador antes de ser alvejado. Ele foi socorrido e levado ao hospital, mas morreu.

“Há algumas testemunhas que disseram que ele salvou algumas vidas ao tentar parar aquele cara”, disse à BBC Khurshid Alam, irmão de Rashid.

Ele comparou a perda do irmão à “amputação de um membro”.

O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, disse que Rashid será homenageado.

Também na mesquita Al Noor, a fiel Hosne Ara estava na seção de mulheres quando ouviu os tiros. Ela foi morta enquanto procurava o marido, que é cadeirante e sobreviveu ao ataque.

Ele disse que a esposa ajudou muitas mulheres e crianças a escapar. “Nos sentimos orgulhosos do que ela fez. Ela morreu por uma boa causa”, afirmou.

“Perdi minha mulher mas não odeio o matador. Como pessoa eu o amo”, acrescentou. “Eu o perdoo, eu rezo por ele.”

 

Por BBC