Arquiteto da Sagrada Família é reconhecido como venerável e inicia caminho para canonização
Antonio Gaudí, símbolo da arquitetura catalã, teve suas “virtudes heroicas” reconhecidas pelo Papa Francisco
O arquiteto espanhol Antonio Gaudí, responsável pelo projeto da Basílica da Sagrada Família, um dos principais cartões-postais de Barcelona, foi oficialmente declarado venerável pela Igreja Católica nesta segunda-feira (14). O título representa uma das etapas iniciais no processo de canonização e foi conferido pelo Papa Francisco, que reconheceu as “virtudes heroicas” de Gaudí, descrito como um homem que via sua obra como uma missão espiritual para revelar Deus por meio da arte, conforme noticiado pelo Vatican News.
A decisão foi tomada durante audiência entre o pontífice e o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos. Segundo o Vaticano, Gaudí é considerado o “arquiteto de Deus” por sua dedicação quase exclusiva ao projeto da Sagrada Família, exemplo emblemático da arquitetura neogótica.
Na mesma audiência, outros três religiosos foram declarados veneráveis: os padres Agostino Cozzolino, Pietro Giuseppe Triest e Angelo Bughetti. Também foram proclamados beatos, etapa seguinte no processo rumo à santidade, o missionário Dom Nazareno Lanciotti, morto no Brasil, e a freira indiana Eliswa da Santíssima Virgem.
Missionário italiano morto no Brasil
Dom Nazareno Lanciotti, nascido em 1940, foi ordenado sacerdote em 1966 e chegou ao Brasil em 1971. Atuou como missionário na aldeia de Jauru, na divisa com a Bolívia, onde participou da Operação Mato Grosso, dedicando três décadas ao combate à injustiça social, ao tráfico de drogas e à exploração sexual. Em 11 de fevereiro de 2001, foi baleado por dois homens encapuzados e faleceu dias depois, aos 61 anos.
Etapas do processo de canonização
De acordo com a Diocese de Santo André, o caminho até a santidade na Igreja Católica envolve quatro etapas:
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Servo de Deus
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Venerável
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Beato
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Santo
O título de venerável é concedido após um extenso processo de verificação conduzido inicialmente pelo bispo local, que reúne testemunhos sobre a vida, virtudes e possível milagre associado ao candidato. Uma vez instaurado o processo, a documentação é enviada ao Vaticano, que analisa se houve vivência de virtudes consideradas heroicas.
Para avançar à beatificação, é necessário o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão do venerável. Com as evidências reunidas, o caso é submetido a um conselho de especialistas no Vaticano. Se aprovado, ocorre a exumação dos restos mortais e uma cerimônia pública de beatificação.
Por fim, a canonização, que confere oficialmente o título de santo, exige a comprovação de um segundo milagre após a beatificação. Um novo tribunal é formado para investigar o caso, e, se validado, o beato é declarado santo da Igreja Católica. (Com informações do Vatican News e Diocese de Santo André/Estadão Conteúdo)
