Após cancelar ida a universidade, Bolsonaro vai a quartel assistir à apresentação de pesquisa do Mackenzie
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou na tarde desta quarta-feira (27) ao Comando Militar do Sudeste, na região do Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo. No quartel, assistirá a uma apresentação sobre pesquisas de grafeno, nanomateriais e nanotecnologias feitas por um laboratório do Mackenzie.
Inicialmente, Bolsonaro iria até a universidade, em Higienópolis, Centro da capital, segundo informou na segunda (25) o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros.
A agenda, porém, foi cancelada. Segundo apurou a TV Globo, o presidente foi aconselhado a suspender a visita porque protestos pró e contra o governo federal foram realizados na região.
O presidente também havia mencionado a visita em publicação em rede social na semana passada. “Nos próximos dias estaremos na Universidade Mackenzie – SP, referência na pesquisa de grafeno no Brasil, juntamente com o Ministro de Ciência e Tecnologia”, disse Bolsonaro.
Atos contra e pró o presidente Jair Bolsonaro acontecem nesta quarta-feira (27) em frente ao complexo Mackenzie na região da Consolação, em São Paulo — Foto: Aloisio Mauricio/Foto Arena/Estadão Conteúdo
O grafeno conduz eletricidade e calor melhor do que qualquer outro material conhecido e é o mais maleável que os cientistas conhecem. Segundo o Mackenzie, o material tem resistência 200 vezes superior à do aço. Bolsonaro é entusiasta do tema.
O Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) e Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) inauguraram em 2016 um centro de pesquisa avançada sobre grafeno, o MackGraphe, que busca investigar as propriedades do material e outros nanomateriais com aplicação na engenharia e na inovação tecnológica.
Por volta das 16h25, Bolsonaro chegou ao Hospital Albert Einstein para avaliação médica.
Atos contra e pró o presidente Jair Bolsonaro, acontecem nesta quarta-feira (27), em frente ao complexo Mackenzie na região da Consolação, em São Paulo — Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Em 8 de março de 2017, quando ainda era deputado federal, Bolsonaro foi vaiado em uma visita ao MackGraphe. Enquanto caminhava pelo campus do Mackenzie ao lado de funcionários, alunos gritavam “Machistas, fascistas, não passarão”.
No mesmo campus e no mesmo horário, a universidade promovia encontros acadêmicos em que se discutia a desigualdade de gênero no jornalismo por conta da data: dia internacional da mulher. As integrantes do debate e a responsável pela mediação eram mulheres.
Dia
Bolsonaro e Joao Doria nesta quarta-feira (27) no Aeroporto de Congonhas — Foto: Divulgação/Governo de SP
Bolsonaro desembarcou por volta das 13h20 no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, vindo de Brasília. Lá, foi recebido pelo governador João Doria (PSDB) e, em seguida, seguiu de carro ao quartel.
Em 28 de janeiro, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia para retirar a bolsa de colostomia e ligar o intestino delgado a parte do intestino grosso –terceiro procedimento em razão da facada na região abdominal sofrida em setembro do ano passado, durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
Após a terceira cirurgia, Bolsonaro ficou 17 dias internado no Hospital Albert Einstein. Ele retornou em fevereiro ao hospital e, de acordo com o porta-voz Otávio do Rêgo Barros, a consulta desta quarta-feira será a última feita presencialmente pelo presidente.
O ataque ao presidente é investigado pela Polícia Federal. Adélio Bispo, que admitiu ter sido o autor da facada, está preso desde setembro do ano passado.
Em um inquérito, a PF chegou à conclusão de que Adélio agiu sozinhono momento da facada. Em um outro inquérito, a Polícia Federal investiga quem paga a defesa do agressor.
Por G1 SP