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Amazônia MT: Estrangeiros e passarinheiros são principais turistas da região Norte

Governo iniciou a atualização de regiões turísticas do estado para incentivar novos visitantes

Imagem Chico Valdiner|Gcom MT

Um dos biomas menos explorado e menos conhecido pelos próprios mato-grossenses é a Amazônia. Com fauna e flora riquíssima, os hotéis de selva na região Norte de Mato Grosso ainda têm foco na pescaria e são pouco voltados para o ecoturismo. Em Alta Floresta (800 km ao Norte de Cuiabá), uma exceção é o Cristalino Jungle Lodge, que atrai muitos estrangeiros, mas também passarinheiros de todo o Brasil que buscam registrar o maior número de aves diferentes. O local abriga mais de 600 espécies de pássaros e também é considerado um dos 25 melhores Eco Lodge do mundo.

Na corrida pelo topo do ranking do Wiki Aves, a enciclopédia de aves do Brasil, eles se aventuram numa torre de observação de 50 metros de altura e sobem os 264 degraus, acima da copa das árvores. Ao esperar o registro de uma espécie ainda não fotografada, o turista aprecia a imponência da floresta amazônica.

Em quarto lugar no Wiki Aves, o médico ortopedista Marco Guedes diz que o mais divertido é estar na floresta. Ele mora na capital paulista e, sempre que pode, escapa para observar aves. “A sensação é muita boa em estar aqui. Quando a gente entra no barco para cruzar o Teles Pires e entrar no Cristalino, a gente deixa muita coisa para traz e vê muita coisa que está à frente que não se tem na cidade grande. Costumo dizer que as aves são apenas desculpas para ir para floresta e a floresta, para quem é da terra, é apaixonante. A energia é boa ao abraçar as árvores”.

Enildo Souza/Gcom-MT

Ele faz parte de um grupo de 40% de brasileiros que frequentam o Cristalino Lodge Jungle e explica uma das razões de os estrangeiros conhecerem mais a floresta do que os próprios mato-grossenses. “Acho que a observação de aves e da natureza tem a ver com a cultura do povo. O brasileiro ainda está na direção do campo para a cidade. Contudo, a convivência plena com a natureza desperta algo ancestral na gente que está adormecido na cidade. Respirar e sentir a vibração da floresta é uma experiência que só quem vive sabe como é”.

Para fomentar o turismo em todas as regiões do estado, não apenas no circuito mais conhecido como Pantanal e Chapada dos Guimarães, a Secretaria Adjunta de Turismo de Mato Grosso iniciou um trabalho de atualização de 16 regiões turísticas com oferta principal, complementar e de apoio, em um mapa turístico. Uma delas é a Amazônia Mato-grossense, cuja oferta principal é Alta Floresta, Paranaíta com oferta complementar e Nova Bandeirantes e Nova Monte Verde como oferta de apoio.

Trabalhamos a proximidade, similaridade, a cultura e economia da região. Alta Floresta tem a floresta, uma boa estrutura hoteleira, bons restaurantes, hotéis de selva e de pescaria e, Paranaíta, por exemplo, tem um sítio arqueológico que atrai ufólogos devido ao grande painel de pictogravuras em uma pedra preta”, ressalta o secretário-adjunto de Turismo, Luis Carlos Nigro.

Secretário Adjunto para o Turismo  Luis Carlos Nigro em visita à região – Enildo Souza/Gcom-MT

Essas ofertas são apresentadas em feiras internacionais, onde o Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur) oferece aos estados área para exposição e estande e as Secretarias de Estado de Turismo, em contrapartida, disponibiliza o servidor para fazer a exposição, diária e passagem para mantê-lo. Este ano, a Secretaria Adjunta de Turismo já apresentou Mato Grosso na WTM Latin America, uma feira mundial realizada em São Paulo, em Londres e em Santa Catarina.

“Temos uma potência verde em Alta Floresta. Queremos não só aumentar a vinda de estrangeiros para o estado, mas trabalhar o turismo nacional. Este é um dos focos da secretaria para que possamos trazer o brasileiro para conhecer, por exemplo, a nossa floresta”, comenta Nigro.

Conforto em meio ao mato

O Cristalino Lodge Jungle está construído entre o Parque do Cristalino, área da Força Aérea Brasileira e uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) de Vitória da Riva, filha do fundador de Alta Floresta, Ariosto da Riva.

Enildo Souza/Gcom-MT

Na década de 70, ela adquiriu fazendas em torno do Parque do Cristalino e no início da década de 90 começou a receber os primeiros turistas no hotel de selva idealizado por ela dentro da RPPN.

“São em torno de 100 mil hectares de floresta, onde é proibido pescar, pois se trata de um santuário das espécies, onde o homem é apenas um observador, um contemplador das belezas da floresta”, explica o proprietário, Alexandre da Riva.

Enildo Souza/Gcom-MT

Como chegar e quanto custa

Há voos diários de Cuiabá para Alta Floresta pela companhia Azul Linhas Aéreas com saída às 12h35 da Capital e retorno às 14h15. A viagem dura cerca de uma hora. De carro, são 622 km pela BR-163 até Nova Santa Helena e mais 178 km pela MT-320. O trajeto é realizado de 9 a 10 horas de viagem.

Para se hospedar no Cristalino Lodge Jungle, a empresa faz o transfer da cidade de Alta Floresta até a beira do rio Teles Pires. O trajeto leva em torno de uma hora e somente carros autorizados podem entrar na RPPN.

O barco leva o visitante pelo Rio Teles Pires e, ao cruzar com o rio Cristalino, percebe-se no tato a diferença de temperatura e também na coloração. Por ser mais preservado, com solo de granito arenoso, o Cristalino é três graus mais frio que o Teles Pires, e possui água mais ácida e escura. De barco, até chegar no píer do hotel, o percurso leva meia hora.

Enildo Souza/Gcom-MT

O hotel funciona no sistema all inclusive, exceto bebidas alcoólicas. São três refeições, passeios com guia e os passeios de barco, 16 trilhas e a observação das aves. Os pacotes variam de R$ 1.080 (standard) a R$ 1.560 (bangalô especial). Os valores são por pessoa em quarto duplo. Além disso, há uma taxa de preservação de R$ 220 por pessoa.

Enildo Souza/Gcom-MT

Por Débora Siqueira | Gcom-MT