• Home
  • Saúde
  • Alta de casos respiratórios graves coloca Norte e Centro-Oeste em estado de alerta
© Tony Winston/Agência Brasília

Alta de casos respiratórios graves coloca Norte e Centro-Oeste em estado de alerta

Distrito Federal, Roraima e Palmas registram os cenários mais preocupantes.

Todas as unidades federativas das regiões Norte e Centro-Oeste, incluindo o Distrito Federal, estão em nível de alerta devido ao aumento de ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). De acordo com o boletim mais recente do Infogripe, divulgado nesta quinta-feira (21) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nove desses estados apresentam tendência de crescimento dos casos no longo prazo.

Os dados indicam que os cenários mais críticos se concentram no Distrito Federal, em Roraima e na região de Palmas (TO), onde o risco é considerado alto.

A SRAG se caracteriza pela piora do quadro gripal, com comprometimento da função respiratória, podendo levar à internação hospitalar e, em casos graves, ao óbito. Até 15 de março, foram registrados 21.498 casos e 1.659 mortes por SRAG no país.

As faixas etárias mais afetadas, especialmente nas áreas mais impactadas, são as de crianças com até dois anos de idade. Segundo a pesquisadora Tatiana Portella, a alta pode estar associada à circulação do Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

“Apenas no Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul há dados laboratoriais suficientes para confirmar essa relação. Ainda nessas regiões, também se observa a manutenção do crescimento de SRAG entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos, embora haja sinais de desaceleração ou início de queda em alguns estados, como Mato Grosso, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Sergipe”, afirma Tatiana.

A pesquisadora acrescenta que há registros de aumento da doença também entre jovens e adultos.

“No Acre, Goiás, Mato Grosso e Pará também há indícios de início de aumento de SRAG na população de jovens e adultos, porém, ainda não é possível identificar o vírus responsável”, completa.

Entre crianças maiores e adolescentes, os principais agentes causadores têm sido o rinovírus, seguido por adenovírus e metapneumovírus.

Recomendações e medidas preventivas

Autoridades de saúde orientam que crianças e adolescentes com sintomas gripais não frequentem escolas, a fim de evitar a propagação de vírus respiratórios. O uso de máscaras em ambientes fechados e unidades de saúde também é recomendado para os moradores das regiões afetadas.

Além disso, a população deve manter atualizadas as vacinas contra a covid-19 e a influenza, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Embora outros vírus estejam em maior evidência neste momento, entre os casos com resultado laboratorial positivo, a covid-19 foi responsável por 39,8% das infecções em 2024.

A vacina contra a covid-19 integra o calendário infantil e deve ser aplicada periodicamente em grupos vulneráveis, como idosos, gestantes e pessoas com deficiência. Já a imunização contra a gripe, oferecida em campanhas sazonais, está sendo disponibilizada nas unidades de saúde. Crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes e idosos fazem parte do público prioritário.