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SES discute estratégia de combate ao mosquito Aedes aegypti

 

O crescente número de casos de dengue registrados em 2015 e também o aumento significativo de casos de microcefalia no estado, principalmente na região sul mato-grossense, que abrange 19 municípios, fez com que técnicos e secretários da Secretaria de Estado de Saúde (SES) iniciassem uma série de reuniões, desde terça-feira (24) para discutir a situação epidemiológica em Mato Grosso e as ações de controle e combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir dengue, chikungunya e zika.

O objetivo é construir o Plano de Ação Emergencial de Controle ao Mosquito Aëdes aegypti e de Assistência às Gestantes e Crianças com Microcefalia em Mato Grosso. Os dados relativos à situação epidemiológica do estado, incluindo casos de microcefalia, assim como as medidas a serem adotadas pela SES, serão apresentados durante coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (27), às 14h30, no salão nobre Clóves Vettorato, no Palácio Paiaguás.

O secretário de Estado de Saúde Eduardo Bermudez destacou que, embora a área técnica da SES responsável pelo Programa de Controle a dengue, chikungunya e zika venha desenvolvendo ações específicas de monitoramento dos casos e combate vetorial, o cenário estadual é de emergência. “Estamos vivenciando uma situação de emergência em saúde pública em todo o estado quando falamos do mosquito e das doenças transmitidas por ele, portanto, é preciso tomar medidas emergenciais”, pontuou o secretário, afirmando ainda que “a SES vai trabalhar com o apoio do Governo do Estado e em conjunto com o Ministério da Saúde e dos municípios” para que uma força tarefa seja realizada, a fim de que o combate e o controle do mosquito Aëdes aegypti seja efetivo.

Em relação aos casos de microcefalia, a superintendente de Vigilância em Saúde, Maria de Lourdes Girardi, pontuou que serão seguidas as orientações do Ministério da Saúde sobre o processo de notificação, vigilância e assistência às gestantes e aos bebês acometidos pela doença. “Nossa equipe está acompanhando e investigando o aumento do número de casos de microcefalia que estão surgindo no estado. Daremos mais agilidade às investigações sobre as causas dessa má-formação”.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que ainda não é possível ter certeza sobre a correlação do aumento de casos de microcefalia registrado no país com o zika vírus e que está investigando os casos de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde, com o apoio de instituições nacionais e internacionais. “Ainda não é possível ter certeza sobre a causa para o aumento de microcefalia que tem sido registrado nos nove estados. Todas as hipóteses estão sendo minuciosamente analisadas pelo Ministério da Saúde e qualquer conclusão neste momento é precipitada. As análises não foram finalizadas e, portanto, continuam em andamento”, informou o Ministério.mosquito_dengueaedes-aegypti-curso-cpt

A primeira ação foi criar uma comissão técnica que irá elaborar um Plano de Ação Emergencial de Controle ao Mosquito Aëdes aegypti. “O intuito é propor medidas de emergência em saúde pública e construir uma estratégia agressiva de combate ao mosquito e controle dos agravos, além também intensificar os serviços de informações para que a população possa se sensibilizar e continuar com as ações, que são fundamentais para o controle vetorial”, afirma Maria de Lourdes.

Além de ações relacionadas aos serviços da vigilância em saúde e da atenção básica, no plano constarão informações referentes ao Protocolo Clínico para os casos de microcefalia, orientações quanto ao diagnóstico da síndrome e também sobre a notificação, assim como rede de atenção e apoio para as gestantes que apresentarem quadro clínico e para as crianças já nascidas com a má-formação.

Atualização em 03/12

Saúde confirma in loco números de casos suspeitos de microcefalia

Técnicos da Vigilância Epidemiológica, Ambiental e do Centro de Informação Estratégica e Vigilância em Saúde (CIEVS) da Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmaram in loco a existência de casos de microcefalia na região Sul do estado, principalmente no município de Rondonópolis. Dos 54 casos suspeitos identificados por meio do prontuário médico, 37 já foram notificados pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica do Município e pelo Hospital Santa Casa de Misericórdia no site de Resposta de Evento de Saúde Pública (http://www.resp.saude.gov.br) do Ministério da Saúde.

Esta semana também serão notificados, no sistema, os demais casos identificados em Rondonópolis e provenientes de outros municípios como Pedra Preta (04), Alto Araguaia (01), Alto Garças (01), Jaciara (01) e São José do Povo (01). “É importante e necessário que os casos sejam registrados pelo município no ‘Resp’, que é o canal oficial do Ministério da Saúde. Nós já havíamos enviado informalmente os dados repassados pelo Escritório Regional para o Ministério, mas agora eles estão sendo oficializados”, ressaltou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SES, Flávia Guimarães.

O gerente do Departamento da Vigilância Epidemiológica de Rondonópolis, Edgar Prates, explicou que com a busca ativa que está sendo realizada pela Santa Casa, em conjunto com o município, o número de casos suspeitos de microcefalia pode vir a aumentar nos próximos dias. “Também realizamos um trabalho de georreferenciamento para dengue, em cima do qual faremos também uma busca ativa de casos de zika e microcefalia”. Edgar afirmou ainda que a Saúde está preparada para acompanhar e realizar os exames em todos os bebês.

Durante a reunião realizada pela SES junto com a secretária de Saúde de Rondonópolis, Marildes Ferreira, a equipe do Departamento da Vigilância Epidemiológica de Rondonópolis, o Escritório Regional e a equipe da Santa Casa, os técnicos da Secretaria de Estado de Saúde esclareceram que a notificação para casos de microcefalia é compulsória, ou seja, deve ser realizada pelo estabelecimento de Saúde imediatamente ao município e este em 34 horas às esferas superiores.

Uma das definições feitas durante a reunião é que tanto a Santa Casa quanto o município deverão comunicar imediatamente o Estado em casos identificados de microcefalia, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, para que a Vigilância Epidemiológica possa fazer a notificação.

Dos 37 casos suspeitos, oito bebês já realizaram exames de ultrassonografia para identificar outras alterações congênitas. Destes, quatro tiveram coleta do licor da medula para verificar a ligação entre a microcefalia e o zika vírus. A Secretaria Municipal de Saúde uniu esforços com a Santa Casa, tanto para uma busca ativa de casos quanto para a realização de exames necessários para a confirmação da microcefalia.

Segundo a secretária Marildes Ferreira, o momento é de reunir esforços e definir estratégias. “Na quarta-feira (02) vamos nos reunir com a equipe médica e Vigilância Epidemiológica para definir estratégias para o acompanhamento dos bebês identificados com suspeita de microcefalia, para a realização exames e formação de equipe multidisciplinar com o objetivo de atacar o problema”.

A coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental da SES, Ludmila Sophia de Souza, enfatizou a necessidade de se fazer a prevenção ao mosquito que transmite simultaneamente os vírus da dengue, chikungunya e zika. “É preciso intensificar as atividades de controle vetorial tanto para os mosquitos voando quanto na forma larval, começando pela remoção e vedação dos recipientes que possam vir a ser potenciais criadouros e, em seguida, entrar com o controle químico onde houve maior registro de casos ou maior intensidade vetorial. Se faz necessário chamar a atenção para o fato de que 80% dos criadouros são residenciais ou estão no entorno. Por isso é importante que a população permita a entrada dos agentes em suas residências para realizar a orientação, o controle e prevenção contra o mosquito Aedes aegypti. Vale ressaltar que 100% da população pode estar exposta aos vírus, não apenas as gestantes”, alertou.

O CIEVS/SES já encaminhou aos municípios, por meio dos Escritórios Regionais, uma nota orientativa sobre as condutas a serem tomadas na identificação dos casos das doenças dengue, chikungunya, zika e microcefalia.

Texto: DANI DANCHURA/LORRANA CARVALHO
Assessoria/SES-MT