Advogado diz que escapou de queda de ciclovia após ‘pressentimento ruim’
Esportistas contam que escaparam por pouco de desabamento no Rio.
Pelo menos duas pessoas morreram em acidente na Av. Niemeyer.
Por Henrique Coelho
Do G1 – Rio
O advogado e corredor amador Cid Motta, de 31 anos, contou que um “pressentimento ruim” fez com que não fosse uma vítima do desabamento na ciclovia Tim Maia, entre São Conrado e Leblon, na Zona Sul do Rio. Ele e muitos outros esportistas, que passaram pelo local do acidente minutos antes da queda, poderiam estar entre as vítimas. Até as 15h10, o Corpo de Bombeiros já havia confirmado a morte de duas pessoas e procurava por um terceiro corpo.
“O local onde ocorreu o acidente foi a 200, 300 metros do ponto de onde decidi voltar. Estava treinando para a maratona, mas tive um pressentimento ruim e resolvi não fazer o que eu tinha planejado, que era ir até o final de São Conrado, e ir voltando pela ciclovia. Em vez de fazer 35 quilômetros, vou fazer só 30. Um pouquinho depois do motel VIPs, eu dei a volta”, afirmou Cid.
O esportista conta que passava sempre pela via. “A chance de eu estar passando no local na hora do acidente era bem grande”, disse ele, que treinava com frequência pelo local. “Não sei explicar porque veio esse pressentimento esquisito, e resolvi voltar.”
A jornalista e educadora física Aline Dale, de 32 anos, relatou que esteve no local mais cedo com o pai e se impressionou com a força das ondas e da ressaca do mar. Os dois chegaram a tirar uma foto, que ela postou em uma rede social.
“Quando estive lá, realmente me surpreendi, e era a primeira vez que eu ia até lá, não conhecia. Meu pai me alertou que estava bem molhada a pista, achei até bem bonito visualmente. Horas depois, a ciclovia cai”, lamentou Aline.
O administrador Guilherme Miranda passava pelo local no momento do acidente e foi testemunha do desabamento.
“Eu quase morri. Já chegou a imprensa inteira. Cadê o prefeito, cadê o engenheiro que fez essa obra? É desesperador você ver as pessoas morrendo na sua frente. Alguém tem que dar uma resposta disso, foram R$ 45 milhões. Acabaram de inaugurar e já está rachada em vários pontos, passo aqui todos os dias para ir e voltar do trabalho”, disse Guilherme.
Damião Pinheiro de Araújo, de 60 Anos, também passava pelo local de bicicleta na hora em que as ondas atingiram a ciclovia.
hora em que as ondas atingiram a ciclovia.
“As pessoas pararam na ciclovia, acharam bonito e ficaram tirando fotos das ondas. Eram enormes. Veio uma maior ainda, a ciclovia levantou e caiu um pedaço. Vi as pessoas caindo. É triste. Toda vez que o mar subir vai ter que interditar a ciclovia, faz parte da natureza. Para mim ela foi mal planejada”, disse Damião.