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2016, o ano em que o Brasil não tirou os olhos da Presidência

O impeachment de Dilma Rousseff e todos os seus desdobramentos políticos, foi, sem dúvida, o assunto de maior interesse dos leitores do Brasil no ano prestes a terminar. Em 2016, a política brasileira se tornou o segundo assunto de maior engajamento do Facebook mundial, atrás apenas das eleições norte-americanas.

Uma retrospectiva feita pela empresa de inteligência digital Veto selecionou os eventos relacionados à Presidência da República cujas notícias alcançaram os maiores engajamentos nas redes sociais (Facebook, Twitter e Google+) em 2016. O fato que mais despertou interesse foi a posse de Michel Temer,  ainda como interino em 13 de maio, com 873 milhões de visualizações, seguida pela nomeação do ex-presidente Lula ao Ministério da Casa Civil, em março, que acabou suspensa pelo Supremo Tribunal Federal, vista 859 milhões de vezes. “Observando o tamanho do tema impeachment no Facebook, Twitter e Google+ e o interesse das pessoas pelos eventos que culminaram na saída de Rousseff, é razoável afirmar que a rede se tornou a nova e mais robusta arena de disputa política”, afirma Raoni Scandiuzzi, responsável pela pesquisa. “Mais do que estratégico, se torna absolutamente imprescindível às instituições e atores ou atrizes políticos observarem e dialogarem com o humor das redes, que se mostra um dos principais elementos definidores e balizadores de rumos da sociedade no Brasil e no mundo”, complementa.

Saiba abaixo quais foram os 11 eventos relativos à Presidência que mais despertaram interesse dos internautas neste ano.

Posse do presidente interino

Em 13 de maio, Michel Temer assumia interinamente a Presidência, após o afastamento de Dilma Rousseff pelo Senado, para que se desse início ao processo de impeachment na Casa. As notícias sobre o fato foram as que mais despertaram o interesse dos brasileiros, com 873 milhões de visualizações.

A reforma da Previdência

Em 9 de dezembro, o Governo enviou a reforma da Previdência para o Congresso Nacional. As mudanças propostas, algumas delas polêmicas, foram vistas 163 milhões de vezes nas redes sociais.

Lula ministro (ou não)

Em 17 de março, o ex-presidente Lula foi anunciado como o novo ministro da Casa Civil, tema visto 859 milhões de vezes nas redes. O fato foi visto como opositores ao petista como uma manobra para que ele obtivesse foro privilegiado e, assim, não pudesse ser preso pela Operação Lava Jato. Sua nomeação foi suspensa dois dias depois pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

Começa a votação do impeachment

Em 17 de abril, começou a votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos deputados. O início do segundo impeachment da democracia brasileira foi o terceiro tema relativo à Presidência mais visualizado nas redes, com 555 milhões de acesso às notícias.

A saída de Geddel

A demissão, em 25 de novembro, de um dos nomes fortes do Governo de Michel Temer também despertou grande interesse. As matérias sobre a saída de Geddel Vieira Lima, ministro-chefe da secretaria do Governo, foram acessadas por 527 milhões de internautas.

Renan fica

Após uma decisão liminar do ministro do Supremo Marco Aurélio Mello de afastar Renan Calheiros da Presidência do Senado por considerar que ele, réu, não poderia estar na linha de sucessão presidencial, a Corte decidiu que em 8 de dezembro que o peemedebista poderia permanecer no cargo. Assim, Renan pode preservar a pauta de votações que interessavam a Temer. O fato foi visualizado 499 milhões de vezes nas redes.

A queda de Jucá

O senador Romero Jucá, um dos principais articuladores do impeachment de Rousseff, teve de deixar o Governo Temer em 24 de maio, e o fato foi visualizado 449 milhões de vezes. Ele havia assumido o Ministério do Planejamento e foi flagrado em gravações telefônicas que indicavam que ele pretendia barrar a Lava Jato.

A defesa de Rousseff

Em 29 de agosto, a ex-presidenta Dilma Rousseff se defendeu no Senado federal das acusações que culminaram em seu impeachment. Era a primeira vez no processo do Congresso que ela se defendia pessoalmente e as matérias sobre o tema acabaram visualizadas 389 milhões de vezes.

Os grandes protestos

Em 13 de março ocorreram as maiores manifestações desde a redemocratização brasileira, mobilizando pessoas favoráveis e contrárias ao impeachment de Dilma Rousseff. As notícias sobre o fato foram vistas 245 milhões de vezes.

A Cultura fica

Os protestos contra a extinção do Ministério da Cultura pelo presidente Michel Temer, em 17 de maio, foram vistas 178 milhões de vezes. A polêmica foi tanta que ele teve que voltar atrás.

As últimas manifestações do ano

Os últimos grandes protestos do ano, em 6 de dezembro, levaram centenas de brasileiros às ruas em defesa da Operação Lava Jato. O fato foi visualizado por 110 milhões de pessoas.

Por

TALITA BEDINELLI – do EL PAÍS